Quem é bem informado ou quem tem mais de
sessenta anos vai lembrar de um dos mais famosos acontecimentos dos anos 70: o sequestro
de John Paul Getty III, neto do bilionário John Paul Getty, por décadas o homem
mais rico do planeta. O caso, ocorrido em 1973 e que ficou famoso por causa da
orelha cortada do garoto, está contado em detalhes em “TODO O DINHEIRO DO MUNDO” (“ALL THE MONEY IN THE WORLD”), 2017, EUA,
direção de Ridley Scott e roteiro de David Scarpa, que adaptou a história do
livro biográfico escrito por John Pearson. O sequestro do jovem Getty (Charlie
Plummer) aconteceu em Roma, na Itália, e foi executado por bandidos amadores - que depois o venderiam para profissionais. O
avô Getty Christopher Plummer) não quis negociar com os sequestradores, para
desespero da mãe Gail Harris (Michelle Williams), e a coisa ficou ruim para o
rapaz, que acabou com a orelha cortada – aliás, a cena é bem chocante. O
bilionário encarrega Fletcher Chase (Mark Wahlberg), ex-agente da CIA e um de
seus funcionários de maior confiança, da missão de negociar com os sequestradores.
Com um detalhe: não pagar nenhum resgate. O filme conta em detalhes os
bastidores das negociações, os atritos entre o bilionário mesquinho e sua nora
Gail, o sofrimento do jovem Getty no cativeiro e tudo o que rolou de mais
interessante durante aquele que é considerado o sequestro mais famoso do Século
XX. Além do assunto enfocado, esquecido há décadas, o filme foi lançado com uma
grande polêmica. Depois do filme praticamente pronto, Kevin Spacey, que fazia o
papel o avô bilionário, foi substituído por Christopher Plummer e muitas cenas tiveram que ser refilmadas. Como todo
mundo sabe, Spacey entrou na lista negra de Hollywood depois de ser acusado de
assédio sexual. A refilmagem foi trabalhosa, mas valeu a pena, pois o veterano
Christopher Plummer dá um show de interpretação, o que lhe garantiu uma
indicação ao Oscar 2018 de Melhor Ator (ganhou Gary Oldman, por “O Destino de
uma Nação"). Como diziam antigamente na televisão, o diretor britânico Ridley Scott
“dispensa apresentações”. Realmente, realizou mais um excelente filme, com
destaque para a recriação de época – a cena inicial na Roma de 1973, com o
jovem Getty passando pela Fontana Di Trevi, é uma clara referência ao clássico “La
Dolce Vita”, do grande Fellini. Outro clássico do cinema, “Lawrence de Arábia”,
também tem uma referência explícita. Lembro que o diretor Ridley Scott foi
responsável por filmes de grande sucesso, a começar por “Blade Runner, O Caçador
de Andróides”, além de “Hannibal”, “Alien – O Oitavo Passageiro”, “Thelma &
Louise” “Perdido em Marte” e “Falcão Negro em Perigo”. Para terminar, lembro
também que o ator Charlie Plummer, que faz o jovem Getty, por incrível que
pareça não tem nenhum parentesco com o Christopher avô. Resumo da ópera: “Todo
o Dinheiro do Mundo” é ótimo. Melhor: Imperdível!
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