ANTON – LAÇOS DE AMIZADE (ANTON), 2021, coprodução Ucrânia, Lituânia, Geórgia, Estados Unidos e Canadá, 1h42m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Zaza Urushadze, que também assina o roteiro com a colaboração de Dale Eisler. O cineasta Zaza, que eu já conhecia de “Tangerinas” (“Mandariinid”), indicado pela Estônia ao Oscar 2015 de Melhor Filme Estrangeiro, faleceu logo após o término das filmagens e, portanto, não viu a estreia do seu último filme. “Anton” é um drama ambientado em 1919, logo após o fim da 1ª Guerra Mundial. O cenário é uma pequena vila de camponeses na Ucrânia, perto do Mar Negro. A população é formada, em sua grande maioria, por migrantes alemães católicos e judeus. Embora de religiões diferentes, os habitantes se davam bem, as famílias eram amigas e solidárias. É o caso da grande amizade entre os garotos Anton (Nikita Shlanchak) e de Jacob (Mykyta Dziad), o primeiro católico e o segundo judeu. Desde crianças eles são amigos inseparáveis e a história do filme transcorre sob a perspectiva dos dois, principalmente de Anton, cuja família sofreu na pele as atrocidades dos soldados do exército vermelho de Leon Trótsky, que assassinaram sem piedade o pai e o irmão de Anton. Os meninos foram testemunhas dos crimes praticados pelo pelotão comandado pela sádica Dora (Tetiana Grachik), também amante de Trótsky, figura histórica que também é um dos personagens do filme, interpretado por Oleg Simonenko. Os laços de amizade referidos no título nacional referem-se a Anton e Jacob bem mais velhos, numa cena bastante comovente que encerra a história. O filme nos apresenta um retrato bastante realista do sofrimento ao qual os ucranianos foram submetidos pelo exército vermelho. Uma boa oportunidade para conhecer um contexto histórico lamentável, triste e trágico, apenas amenizado pela amizade dos garotos.
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