terça-feira, 24 de dezembro de 2019


“CORINGA” (“Joker”), 2019, EUA, 2h2m, direção de Todd Philips, que também assina o roteiro com a colaboração de Scott Silver. Como todo mundo sabe, “Coringa” é aquele personagem assustador dos filmes de Batman e um de seus principais inimigos. O filme volta no tempo para 1981, quando “Coringa” era apenas Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), um palhaço que durante o dia trabalhava na porta de comércios de rua em Gotham City e à noite tentava fazer sucesso como comediante de stand-up. Ainda não havia Batman (ele não aparece e nem mesmo é mencionado). A história é toda centrada em Arthur Fleck, um sujeito com graves distúrbios mentais controlados apenas com remédios que recebe da assistência social, que também é encarregada do seu acompanhamento psicológico. Até que um dia o governo municipal, para reduzir custos, cancela os remédios e o tratamento psicológico. Sem essa assistência, Fleck passa a ter surtos psicóticos violentos. Vestido de palhaço, ele mata três executivos de uma importante empresa de Gotham City dentro de um vagão do metrô. A notícia se espalha pela cidade e o tal palhaço assassino não identificado transforma-se no herói das classes menos favorecidas, provocando um movimento popular violento contra a elite da cidade. Enquanto sua identidade não é descoberta, Fleck, por causa de um vídeo onde aparece fazendo stand-up, é convidado a participar do programa televisivo de auditório comandado por Murray Franklin (Robert De Niro) e logo vira celebridade, exigindo que seja chamado de “Coringa”. Este é apenas um resumo da história, mas tem muito mais até o desfecho. Na verdade, o roteiro apresenta como pano de fundo um estudo psicológico de uma mente doentia, que gradualmente se transforma num psicopata dos mais violentos. O filme tem todos os ingredientes para receber um grande número de indicações ao Oscar 2020, a começar pela impressionante atuação de Joaquin Phoenix. Seus olhares, seus gestos e suas risadas provocam calafrios. Para fazer o papel, o ator perdeu 24 quilos, aspecto que tem bastante efeito na premiação. Também é destaque a direção de arte, especialmente os cenários, figurinos e uma fotografia deslumbrante, além do restante do elenco, com Zazie Beetz, Frances Conroy e Brett Cullen. Outro trunfo do filme é sua trilha sonora, criada pela compositora islandesa Hildur Guonadóttir, que fortalece, valoriza e aumenta a tensão de cada uma das cenas impactantes, que são muitas. O filme estreou em agosto de 2019 durante o 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza e ganhou o "Leão de Ouro", principal premiação do evento. “Coringa” é um filme perturbador, tenso, assustador. E genial. Um dos grandes filmes do ano. Imperdível!   



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