“A GATINHA ESQUISITA” (“Das Merkwürdige Kätzchen”), 2013, é
um filme alemão que marca a estreia no roteiro e direção do jovem suíço Ramon
Zürcher. Não há história. O filme mostra o cotidiano de uma família de Berlim
cujos integrantes são bastante esquisitos, aqui incluídos uma gata e um velho
vira-lata preto. Toda a ação é desenvolvida no interior de um apartamento, onde
o casal, os filhos, a avó, vizinho, prima e tia entram e saem toda hora, num
vai e vem incessante. A menina grita quando qualquer aparelho eletrônico é
ligado; o pai trafega medindo a pressão arterial; a filha mais velha joga
cascas de laranja no chão e não entende porque elas caem com a parte branca
para cima. E por aí vai, tudo muito surreal. A maioria dos diálogos não tem o
mínimo nexo. Alguns deles são de uma espantosa profundidade filosófica. Quer um
exemplo? A esposa comenta com o marido: “Gatos são as minhas cebolas”. Eis que
o marido responde: “As cebolas são meus gatos”, e os dois acabam gargalhando.
Ainda bem que o filme dura apenas 72 minutos. Exibido em festivais do mundo
inteiro, o filme dividiu a opinião dos críticos, uns elogiaram, outros acharam
deplorável. Em todo caso, existe gosto pra tudo, e esta produção alemã deve
agradar quem curte filmes esquisitos. Aliás, nessa família, os humanos são muito mais esquisitos do que a pobre gatinha.
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