HERANÇA ROUBADA (STÖLD), 2024,
Suécia/Noruega, produção original Netflix, direção de Elle Márjá Eira, seguindo
roteiro assinado por Peter Birro e Ann-Helen Lastadius, esta última autora do
livro homônimo cujo conteúdo serviu como base no roteiro. Trata-se de uma
história real. Mais do que a história em si, cenários deslumbrantes e muito
suspense, o mais interessante é o mergulho profundo na cultura e nas tradições
da comunidade dos samis - antigos lapões -, povo indígena que ocupa um território que abrange
partes das regiões setentrionais da Suécia, Noruega, Finlândia e Península de
Kola, na Rússia, e a Lapônia. Eu ignorava a existência dos samis e, portanto,
gostei muito do filme. Aprendi bastante. A personagem principal de “Herança
Roubada” é Elsa (Elin Oskal), uma jovem sami que, junto com o pai e o irmão, pastoreiam
um grande rebanho de renas, uma tradição secular daquele povo. Aos 9 anos de
idade, Elsa testemunha o abate cruel de sua rena de estimação. Dez anos depois,
guardando o silêncio sobre o caso, ela resolve se vingar, pois o assassino
volta a atacar o rebanho – descobre-se, depois, que ele é dono de um comércio
clandestino de peles e de carne de rena. As imagens aéreas mostrando as renas se
descolando em meio à neve são deslumbrantes. Valem o ingresso. Não tenho dúvida
em afirmar que “Herança Roubada” já pode ser considerado um dos melhores
lançamentos da Netflix em 2024. Ah, ia esquecendo de um detalhe importante: tendo
em vista algumas cenas de maus tratos a animais, não recomendo o filme para os
espectadores mais sensíveis. De qualquer forma, imperdível!
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