“ZONA DE INTERESSE” (“THE ZONE
OF INTEREST”), 2023, Inglaterra, 1h45m, em cartaz na Prime
Vídeo, roteiro e direção de Jonathan Glazer (“Under the Skin”). Indicado a
cinco categorias do Oscar 2024, venceu a estatueta como Melhor Filme
Internacional, além de conquistar o “Gran Prix” no Festival de Cannes do mesmo
ano. Trata-se da adaptação para o cinema do romance escrito em 2014 pelo escritor
inglês Martin Amis. Ao lado do campo de concentração e extermínio de Aushwitz,
ao sul da Polônia, durante a Segunda Guerra Mundial, foi construída uma luxuosa casa para abrigar a família de
Rudolf Höss (Christian Friedel), comandante do campo. Moram lá a sua esposa
Hedwig (Sandra Hüller, que concorreu ao Oscar 2024 de Melhor Atriz por outro
filme, “Anatomia de Uma Queda”), os cinco filhos do casal e vários empregados.
Como se a matança bem ao lado não existisse, a família Höss vivia alegremente,
curtindo a horta, a piscina e os banhos de rio. Não há cenas do campo de concentração,
do qual só aparecem ao fundo suas chaminés sempre em atividade. Não é preciso
mostrar o que acontece lá dentro. Somente no desfecho, onde uma cena bastante
forte mostra o interior do campo muitos anos depois, com o museu criado para
exibir ao mundo a triste tragédia que vitimou mais de um milhão de pessoas, a
maioria judeus poloneses e húngaros. “Zona de Interesse” é um filme difícil de
digerir: perturbador, angustiante e bastante desagradável. Embora poderoso por expor
uma triste realidade histórica de uma maneira tão diferente de outros filmes já
realizados sobre o tema do holocausto, não acho recomendável indicá-lo como entretenimento.
Além do mais, o filme é muito lento, à beira do enfadonho.
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