quinta-feira, 10 de setembro de 2020

 

“EL JUGADOR”, 2017, Argentina, 1h43m, marca a estreia de Dan Gueller como diretor e roteirista em longa-metragem. Para criar a história, Gueller revelou que se inspirou no romance “O Jogador”, escrito em 1867 pelo romancista russo Fiódor Dostoiévski. O filme foi divulgado como uma comédia, embora as sequências de humor sejam raras e sem muita graça. Alejandro Reynoso (Alejandro Awada) trabalha como principal assessor do rico empresário Pascual Palma (Oscar Alegre). Enviado para Mar Del Plata com o intuito de levar uma certa quantia em dinheiro para Sergio (Pablo Rago), neto do velho. Segundo Sérgio disse ao avô quando pediu a grana, ela serviria para investir num empreendimento na cidade turística. Só que, na verdade, é para comprar cocaína e depois revendê-la para os traficantes locais – uma parte, é claro, ficará para consumo próprio, do parceiro Dani (Esteban Bigliardi) e da amante Belén (Guadalupe Docampo). Aí que começa toda a confusão, primeiro porque Sérgio e os parceiros são completamente inexperientes para negociar com traficantes. Segundo, porque surge inesperadamente a irmã de Sérgio, Paulina Palma (Lali Gonzalez), que, para conseguir dinheiro para viajar pelo mundo, pede que Alejandro vá ao cassino arriscar a sorte. Logo Alejandro, um viciado crônico em jogos de azar. Para piorar a situação e aumentar ainda mais a confusão, o próprio o avô Pascual, “El Abuelo”, que aparece de surpresa para conferir “in loco” o que está acontecendo. Com exceção do veterano Alejandro Awada, o resto do elenco é muito fraco, assim como o filme inteiro. Enfim, “El Jugador” passa longe, muito longe (diria “a anos-luz”) do verdadeiro e excelente cinema argentino que já nos presentou com excelentes filmes. O estreante diretor Dan Gueller não precisava recorrer a Dostoiéviski para fazer esse verdadeiro abacaxi. Uma decepção.   

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