“DE QUEM É A CULPA?” (“GUILTY”),
2019,
Índia, 1h59m, direção da cineasta Ruchi Narain, com roteiro de Kanika Dhillon.
O pano de fundo que inspirou a história é o alarmante crescimento, nos últimos
anos, de estupros contra mulheres na Índia, o que justifica o fato da
roteirista e da diretora serem do sexo feminino. No caso de “De Quem é a Culpa?”,
a vítima é uma jovem estudante que acusa o bonitão da escola de tê-la
estuprado. Ele tem uma namorada fixa, é vocalista de uma banda de rock e filho
de gente importante ligada ao governo indiano e que, por isso mesmo, a acusação
ganha enorme repercussão no país. Como as coisas vão se desenrolando, eu
esperava o desfecho num tribunal, mas, para minha decepção, as cenas de
julgamento duram poucos segundos. Com exceção de um ou outro adulto, o elenco é
constituído em sua grande maioria por jovens adolescentes, o que chega a lembrar
de algum episódio de “Malhação”. Posso citar alguns nomes do elenco,
mas certamente ninguém por aqui deve conhecê-los, nem mesmo eu, que já vi um
monte de filmes indianos. Kiara Advani, Ashrut Jaim e Akansha Ranjan Kapoor.
Conhece alguém? Nem eu. Destaco um aspecto muito interessante em relação a “De
Quem é a Culpa?”. Trata-se do fato de ser bastante diferente dos filmes de
Bollywood. A começar pela ausência daqueles irritantes e entediantes números
musicais e de dança, o que achei um ponto bastante positivo. Outro aspecto diz respeito
ao fato de que o filme apresenta cenas que Bollywood não costumava filmar, como
jovens transando, bebendo álcool, fumando um baseado e falando um monte de
palavrões. Aliás, para facilitar seu ingresso no mercado internacional, o filme
é quase todo falado em inglês (como o título original) e um pouco de hindi,
língua falada por 70% dos indianos. Enfim, “De Quem é a Culpa?” pode ser visto
como uma novidade do cinema de Bollywood. Nem bom nem ruim, apenas
interessante.
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