“SING SING”, 2024,
Estados Unidos, 1h47, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Greg Kwedar, que
também assina o roteiro com a colaboração de Clint Bentley. Indicado a vários
prêmios em festivais pelo mundo afora, inclusiva a três categorias do Oscar
2025 (Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Canção e Melhor Ator - Colman Domingo), o filme é baseado
em fatos reais ocorridos na penitenciária de segurança máxima Sing Sing, no estado de Nova York. A história é toda centrada num grupo de teatro formado por presos
que se inscreveram no RTA (Rehabilitation Through the Arts), ou Reabilitação
Através das Artes, programa instituído em várias prisões dos Estados Unidos com
grande sucesso. Para se ter uma ideia, enquanto a média nacional de
reincidência nas prisões chega a 60%, entre os participantes do RTA esse número fica abaixo de 5%. Voltemos ao filme. O grupo de teatro de Sing Sing começa a
ensaiar uma peça que recebeu o título de “Breakin’ The Mummy’s”, escrita por
um de seus integrantes, Divine G (Colman Domingo), tendo como diretor
voluntário Brent Buell (Paul Raci), dois dos poucos atores profissionais, sendo
que os demais integrantes do elenco são ex-presos de Sing Sing que participaram
do RTA quando estiveram presos. Ao mesmo tempo dramático e sensível, o filme acompanha os ensaios do
grupo, buscando explorar o lado psicológico de cada um de seus participantes,
seus traumas, remorsos, dúvidas e expectativas. Acima de tudo, demonstra a
importância do companheirismo como fator fundamental para a readaptação social.
Enfim, um filme impactante, sincero na sua proposta. Vale a pena conferir.
Páginas
sexta-feira, 23 de maio de 2025
quinta-feira, 22 de maio de 2025
“FIGHT OR FLIGHT” – foi
com esse título, original, que o filme chegou à Prime Vídeo, podendo ser
traduzido por “Lutar ou Fugir” -, 2025, coprodução Estados Unidos/Inglaterra,
1h41m, direção de James Madigan (“Homem de Ferro 2”, “Transformers: O Despertar
das Feras”), seguindo roteiro assinado por Brooks McLaren e DJ Cotrona. Comédia
de ação das melhores, com um show de atuação do ator Josh Hartnett como Lucas
Reyes, um ex-agente do FBI caído em desgraça depois de uma operação mal sucedida
dois anos aantes. Depois disso, ele resolve morar em Bangkok, capital da
Tailândia. Seu único contato com o ocidente é uma outra ex-agente, Katherine
Brunt (Kate Sackhoff), que agora trabalha como executiva de uma empresa de alta
tecnologia. Ela telefona para Lucas a fim de contratá-lo para identificar e prender
um hacker e assassino profissional de codinome “The Ghost” (“O Fantasma”), que
embarcaria num voo comercial de Bangkok para São Francisco, nos Estados Unidos,
levando um equipamento com poder suficiente para transformar o mundo da
tecnologia. Só que no avião, entre centenas de passageiros, estão assassinos
contratados das máfias russa, italiana e chinesa, além de terroristas
muçulmanos, todos com o objetivo de matar “O Fantasma” e roubar o seu
equipamento. Recompensas milionárias esperam o autor da façanha. Dessa forma, o
enorme avião, de dois andares, vira um verdadeiro campo de batalha, assassinos contra
assassinos do começo ao fim. Apesar de muito sangue jorrando, toda a ação é
levada no maior bom humor, com cenas hilariantes que divertem o espectador. O diálogo final entre os principais protagonistas dá a entender que haverá uma sequência. Tipo do filme que diverte sem ofender a nossa inteligência. Imperdível!”
terça-feira, 20 de maio de 2025
“MARIA CALLAS” (“MARIA”), 2024, em cartaz na Prime Vídeo, coprodução Estados Unidos/Alemanha/Chile/Itália, 2h3m, direção do cineasta chileno Pablo Larraín, seguindo roteiro assinado por Steven Knight. Larraín já havia dirigido outras cinebiografias de mulheres importantes, “Jackie”, de 2016, sobre Jacqueline Kennedy Onassis, e “Spencer”, de 2021, sobre Diana, princesa de Gales. “Maria Callas” revê os últimos dias da soprano Maria Callas (1923-1977), nascida na Grécia como Maria Anna Cecilia Sofia Kalogerópulos. Desde o início dos anos 70, Callas (Angelina Jolie), que já havia parado de cantar, vive reclusa numa mansão em Paris tendo apenas a companhia de seu mordomo Ferruccio (Pierfrancesco Favino) e sua governante Bruna (Alba Rohrwacher), além de dois cachorros. Viciada em remédios, ela pouco se alimenta e costuma ter alucinações, algumas delas responsáveis pelos melhores momentos do filme. Callas vive deprimida, não gosta de ouvir os seus discos e jamais perdeu a arrogância, tratando todos como cidadãos de segunda classe. Coisas de diva. O filme destaca também alguns fatos ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial quando Callas ainda adolescente juntamente com a irmã cantam para oficiais nazistas. Callas jovem é interpretada por Angelina Papadopoulou. “Maria Callas” também relembra como o empresário grego Aristóteles Onassis (Haluk Gilginer) consegue seduzí-la, a conversa que ela teve "face to face" com o então presidente norte-americano John Kennedy e suas tentativas fracassadas de voltar a cantar. A atriz Angelina Jolie dá conta do recado, embora bonita demais para interpretar a feiosa Callas. Completam o elenco Valeria Golina (Yakinthi Callas, irmã de Maria), Haluk Bilginer (Aristóteles Onassis), Caspar Phillipson (John F. Kennedy), Stephen Ashfield (o pianista Jeffrey Tate) e Suzie Kennedy (Marilyn Monroe). A famosa soprano já havia sido tema de uma cinebiografia sob a direção de Franco Zeffirelli em 2002 (“Callas Forever”), com Fanny Ardant no papel principal. Em 2014, no filme “Grace de Mônaco”, foi a vez da atriz espanhola Paz Veja interpretar Callas. Acho que só, fora os inúmeros documentários sobre as apresentações da cantora nos principais teatros do mundo. Após o desfecho, antes e durante os créditos finais são exibidos vídeos com a verdadeira Callas. Aproveito para registrar minha grande admiração pelo trabalho do cineasta chileno Pablo Larraín, principalmente porque assisti vários de seus filmes, alguns deles excelentes, tais como “No”, “Neruda”, “Spencer, “O Clube” e “O Conde”, este último uma pequena obra-prima, todos eles comentados neste blog. No caso de "Maria Callas", aproveito para elogiar a ótima recriação de época, graças a uma primorosa direção de arte, sem contar, é claro, com a maravilhosa trilha sonora. Filmaço imperdível!
segunda-feira, 19 de maio de 2025
“O DIPLOMATA” (“THE DIPLOMAT”), 2025,
Índia, 2h10m, em cartaz na Netflix, direção de Shivan Nair, seguindo roteiro
assinado por Ritesh Shah. A história é baseada num fato real ocorrido em 2017.
Começa em Kuala Lampur, capital da Malásia, onde a indiana Uzma Ahmed (Sadia
Khateeb) conhece o motorista de táxi paquistanês Tahir Ali (Jagjeet Sandhu). Os
dois ficam amigos e um tempo depois o taxista convida Uzma a conhecer sua
família no Paquistão, mais exatamente na isolada aldeia de Buner, nas colinas
da província de Khyber Pakhtunkhwa. A primeira impressão do lugar é a pior
possível, mas a coisa irá piorar muito mais quando Tahir obriga Uzma a casar
com ele, que já é casado e pai de dois filhos. Além de estuprada, Tahir é violentamente espancada quando reclamava de alguma coisa. Depois de sofrer
tanto, ela criou um estratagema genial para convencer o marido a levá-la até o
escritório do Alto Comissariado da Índia. Num descuido do marido, ela se
esconde no prédio e pede proteção. É aqui que entra em cena o diplomata JP
Singh (John Abraham), alto comissário adjunto da Índia. Ele será o responsável
pela segurança da moça, ainda mais porque as autoridades paquistanesas acreditam
que ela é uma espiã agindo em solo paquistanês. A situação fica ainda pior
quando Uzma é obrigada a comparecer numa audiência no tribunal onde deverá encarar o marido agressor. Mas JP Singh, o diplomata do título, não deixará de defender a
moça até o fim. Assim como em vários filmes de ação de Bollywood, o ator John
Abraham faz novamente o papel de herói, o machão sem medo, atuando com uma pose afetada no mínimo irritante. Mas tudo bem, deixa pra lá, o cara é o maior galã de Bollywood. Quanto ao
filme, achei ótimo, principalmente por contar uma incrível história de coragem
e sobrevivência.