“LEFTER: O PROFESSOR” (“LEFTER:
BIR ORDINARYÜS HIKAYESI”), 2025, Turquia, 2h6m, em
cartaz na Netflix, direção de Can Ylkay (“Ayla”, “Filhos de Istambul”),
seguindo roteiro assinado por Ayse Ilker Turgut. Cinebiografia de Lefter
Küçükandonyadis (1924/2012), o lendário jogador de futebol turco titular da
seleção de seu país em 50 jogos, incluindo a primeira participação na Copa do
Mundo de 1954. Ao contrário do eu imaginava, o futebol serviu apenas como pano
de fundo na história. Desde sua infância e adolescência na ilha de Büyükada,
onde ajudava o pai pescador, até sua despedida do futebol, aos 39 anos, o filme
dá maior destaque à vida particular de Lefter, o relacionamento com a família,
o casamento com Stavrini (Deniz Isin), sua
aventura amorosa com Meri (Alishan Malbora) quando jogava na Fiorentina (Itália)
e o retorno ao time do Fenerbahçe, além das questões políticas da época, incluindo
a rivalidade com a Grécia por causa de Chipre. Estranhamente, não houve qualquer menção à participação da seleção turca na Copa de 1954, a primeira de sua história.
O roteiro preferiu destacar o amistoso disputado em 1956 entre a seleção turca
e a máquina de jogar da Hungria, do craque Puskás, vencido pelos turcos por 3 a
1, um dos gols marcados por Lefter. Tal qual Sócrates, o saudoso ex-craque
corintiano, Lefter também recebeu o apelido de “professor” por causa de suas atuações
nas quatro linhas. Trocando em miúdos, achei que o filme falhou ao adotar o
estilo novelesco, aspecto muito comum à maioria dos filmes do cinema turco. Mas
vale a pena conhecer quem foi o astro Lefter, para mim, até assistir ao filme, um ilustre
desconhecido.

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