“PRESSÃO MÁXIMA” (“CESTA DO
TMY”), 2023, República Tcheca, 1h20m, em cartaz na Prime Vídeo,
roteiro e direção de Jirí Svoboda. A história é baseada no livro “The Little
Girl”, de Martin Goffa. Começa quando um homem invade um banco de arma na mão e
faz vários reféns, entre eles duas crianças e o ministro das Relações
Exteriores do país. Aparentemente sua intenção é assaltar o banco. Mas aos poucos
o espectador ficará sabendo quem é ele e os motivos que o levaram a esta atitude tresloucada. A polícia
e a tropa de elite logo chegam e cercam o quarteirão. Enquanto o suspense rola
solto dentro do banco, o sujeito ameaçando matar um e outro, o roteiro dá
espaço para vários flashbacks que explicam o seu surto de violência. O
espectador fica sabendo que o homem é um renomado cientista, cuja filha
adolescente acabara de morrer de overdose de drogas. Vladimir (Matej Hádek) culpa
o sistema judiciário do país por abrandar as penas dos traficantes – como
acontece com a maioria dos países ocidentais (aqui, nem se fala). Resumindo,
Vladimir, com sua atitude, quer chamar a atenção das autoridades e dos
legisladores. A polícia tenta negociar a soltura dos reféns e, para isso,
recruta uma ex-namorada de Vladimir. O clima de tensão segue firme até o
desfecho, consagrando um filme acima da média. Concluindo, é impossível não se
sensibilizar com a situação de Vladimir, principalmente quem é pai nos dias de
hoje.
Páginas
sábado, 1 de março de 2025
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
“O LUTADOR DE AUSCHWITZ” (“MISTRZ”), 2022,
Polônia, 1h31m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Maciej Barczewski.
A história é baseada em fatos reais. O personagem principal é Tadeusz
Pietrzykowski (1917-1991), soldado polonês preso pelos alemães na invasão da
Polônia. Em 1940, ele e outros prisioneiros, em sua maioria judeus, foram os
primeiros a chegar ao recém-inaugurado campo de concentração de Auschwitz, em
1940. Antes de ingressar no exército, Pietrzykowski era um campeão de boxe da
categoria peso-galo (entre 57 e 61 quilos). Para entreter os soldados alemães
no campo de concentração e conseguir rações alimentares adicionais, as quais
dividia com os outros presos, “Teddy” começou a participar de algumas lutas,
primeiro contra prisioneiros, depois contra soldados alemães. Não perdeu nenhuma,
embora tenha lutado com oponentes de maior peso, como foi o caso do peso-pesado
alemão Schally Hottenbach, ”O Martelada”, também nocauteado pelo polonês. O
filme não se concentra apenas no boxeador e nas suas lutas. As cenas de maior
impacto são aquelas que mostram o tratamento cruel dado aos prisioneiros, as
torturas às quais eram submetidos e os assassinatos a sangue frio. As mais
chocantes são aquelas que mostram as filas formadas por homens, mulheres e
crianças para ingressarem nos chamados “recintos de banho”, quando na verdade caminhavam
para a morte por gás. Enfim, “O Lutador de Auschwitz” é um filme obrigatório,
embora muito triste e impactante. Mas faz parte de um capítulo negro da
história mundial e que, por isso mesmo, deve ser visto.
domingo, 23 de fevereiro de 2025
“PISCINA INFINITA” (“INFINITY
POOL”), 2023, coprodução Canadá/Hungria/França, 1h58m, em cartaz
na Netflix, roteiro e direção de Brandon Cronenberg (filho do renomado e
polêmico cineasta canadense David Cronenberg). Alerto de cara, trata-se de um
filme de terror maluco, indigesto, sem pé e cabeça, tronco e membros. Um casal viaja de
férias para uma ilha (fictícia) chamada La Tolqa. Ele é James Foster (Alexander
Skarsgard), um escritor em crise de criatividade com apenas um livro publicado.
Ela é Ern Foster (Cleopatra Coleman), de família rica e, aparentemente, a fonte
de dinheiro que sustenta o casal. Eles se hospedam num resort e conhecem outro
casal, Gabi Bauer (Mia Goth) e Alban Bauer (Jalil Lespert). Segundo as regras
estabelecidas pelo governo da ilha, os turistas hospedados no resort não podem
sair de suas imediações. Os dois casais, porém, alugam um carro e resolvem sair
escondidos para conhecer melhor os lugares naturais da ilha. Na volta, à noite,
o veículo atropela um homem na estrada. Como Foster é quem dirigia, ele é preso
e condenado à morte, a não ser que pague para que seja criado um clone para
morrer no seu lugar. Aí começa toda a loucura na telinha, todo mundo cheirando a
fumaça de uma erva alucinógena. O diretor deve ter cheirado também, pois o
filme se transforma num caleidoscópio psicodélico, com imagens de entortar os
olhos. Ou seja, nada compreensíveis. Como curiosidade, descobri que as
filmagens foram realizadas no resort Amadria Park, em Sibenik, Croácia, e em
locações da Hungria. Para resumir o que é esse filme separei dois comentários
de críticos profissionais. Michael O’Sullivan, do The Washington Post: “Um
enredo de revirar os olhos. Brandon, o diretor, herdou alguns dos piores
excessos do pai: violência fetichista e sexualização gratuita”. David Rooney,
do The Hollywood Reporter: “Filme carece de substância e tem enredo bobo,
superficial, frio e úmido”. Modestamente, como cinéfilo amador, também resolvi
colocar minha colher nesse angu: “O filme é ridículo, realizado única e
exclusivamente para causar polêmica. Enfim, um filme totalmente dispensável”.