“HOMEM COM H”, 2025,
Brasil, 2h09m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção de Esmir Filho (“Os
Famosos e os Duendes da Morte”, série “Boca a Boca”). Cinebiografia do cantor
Ney Matogrosso, baseada no livro “Ney Matogrosso: A Biografia”, escrito por
Julio Maria e lançado em 2021. Gostem dele ou não, o fato é que Ney Matogrosso
fez e continua fazendo um grande sucesso, principalmente nos palcos pelo Brasil
afora, cantando e dançando mesmo agora, aos 83 anos. Todo mundo conhece o artista
Ney Matogrosso, mas poucos conhecem Ney de Souza Pereira, o cidadão nascido em
Bela Vista, no Mato Grosso do Sul, filho de Antônio Matogrosso (Rômulo Braga),
um militar de carreira ultraconservador da Aeronáutica. O menino Ney sofreu nas
mãos do pai, apanhou muito dele e por causa dele fugiu de casa aos 18 anos,
alistando-se como cadete na própria Aeronáutica. O filme destaca o início da
carreira de Ney como cantor do grupo Secos & Molhados, ponto de partida
para o seu sucesso solo, já como Ney Matogrosso. “Homem com H” também relembra
a perseguição que o artista sofreu dos censores da ditadura militar,
principalmente na segunda metade dos anos 70. Eles ordenaram a Ney que evitasse
rebolar e reduzir os movimentos sensuais. Ney não obedeceu e manteve, corajosamente, o seu estilo polêmico e ousado. Outro destaque da cinebiografia é o espaço dedicado a seus
vários amantes nos anos 80, um deles o cantor e compositor Cazuza (Jullio
Reis). Ney viu todos eles morrerem durante a epidemia de HIV, do qual saiu
milagrosamente ileso. As cenas de sexo são fortes, podem incomodar, mas são bem
realizadas. Um dos maiores trunfos é, sem dúvida, o desempenho impressionante
do ator pernambucano Jesuíta Barbosa na pele do astro, principalmente nos
palcos. Outro fator que alavancou o filme nas bilheterias e na audiência da Netflix
foi a saborosa trilha sonora com 15 músicas – “Rosa de Hiroshima”, “Bandido Corazón”,
“Pro Dia Nascer Feliz”, “Sangue Latino” e “Homem com H”, só para citar algumas.
Completam o elenco Bruno Montaleone, Lara Tremouroux, Carol Abras e Hermila
Guedes. Trocando em miúdos, mais uma ótima cinebiografia para curtir na telona ou
na telinha. Imperdível!
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