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domingo, 29 de junho de 2025

“HOMEM COM H”, 2025, Brasil, 2h09m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção de Esmir Filho (“Os Famosos e os Duendes da Morte”, série “Boca a Boca”). Cinebiografia do cantor Ney Matogrosso, baseada no livro “Ney Matogrosso: A Biografia”, escrito por Julio Maria e lançado em 2021. Gostem dele ou não, o fato é que Ney Matogrosso fez e continua fazendo um grande sucesso, principalmente nos palcos pelo Brasil afora, cantando e dançando mesmo agora, aos 83 anos. Todo mundo conhece o artista Ney Matogrosso, mas poucos conhecem Ney de Souza Pereira, o cidadão nascido em Bela Vista, no Mato Grosso do Sul, filho de Antônio Matogrosso (Rômulo Braga), um militar de carreira ultraconservador da Aeronáutica. O menino Ney sofreu nas mãos do pai, apanhou muito dele e por causa dele fugiu de casa aos 18 anos, alistando-se como cadete na própria Aeronáutica. O filme destaca o início da carreira de Ney como cantor do grupo Secos & Molhados, ponto de partida para o seu sucesso solo, já como Ney Matogrosso. “Homem com H” também relembra a perseguição que o artista sofreu dos censores da ditadura militar, principalmente na segunda metade dos anos 70. Eles ordenaram a Ney que evitasse rebolar e reduzir os movimentos sensuais. Ney não obedeceu e manteve, corajosamente, o seu estilo polêmico e ousado. Outro destaque da cinebiografia é o espaço dedicado a seus vários amantes nos anos 80, um deles o cantor e compositor Cazuza (Jullio Reis). Ney viu todos eles morrerem durante a epidemia de HIV, do qual saiu milagrosamente ileso. As cenas de sexo são fortes, podem incomodar, mas são bem realizadas. Um dos maiores trunfos é, sem dúvida, o desempenho impressionante do ator pernambucano Jesuíta Barbosa na pele do astro, principalmente nos palcos. Outro fator que alavancou o filme nas bilheterias e na audiência da Netflix foi a saborosa trilha sonora com 15 músicas – “Rosa de Hiroshima”, “Bandido Corazón”, “Pro Dia Nascer Feliz”, “Sangue Latino” e “Homem com H”, só para citar algumas. Completam o elenco Bruno Montaleone, Lara Tremouroux, Carol Abras e Hermila Guedes. Trocando em miúdos, mais uma ótima cinebiografia para curtir na telona ou na telinha. Imperdível!  

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