Páginas

domingo, 6 de abril de 2025

"KOMPROMAT – O DOSSIÊ RUSSO” (“KOMPROMAT”), 2022, França, 2h7m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Jérôme Salle (“A Odisseia”, os filmes da franquia Largo Winch), que também assina o roteiro com a colaboração de Caryl Ferey. A história é baseada na experiência real vivida pelo diplomata francês Yoann Barbereau em 2016 e relatada no livro “Dans Les Geôles De Sibérie”. No filme, Yoann transformou-se no personagem Mathieu Roussel (Gilles Lellouche), que foi com a mulher e o filho para a cidade de Irkutisk, na Sibéria, para comandar a Alliance Française, cujo objetivo era divulgar a arte e a cultura francesa aos russos. Depois de promover uma peça de teatro na qual dois atores se beijam na boca, Roussel é preso pelo FSB (Serviço Federal de Segurança), que nada mais é do que a nova versão da antiga e sádica KGB. Acusado de pedófilo e estuprador da própria filha, ele é levado para uma penitenciária e jogado numa cela com presos de alta periculosidade. Quando ficam sabendo de que o novo “colega” é estuprador, partem pra cima dele e o agridem violentamente. Logo depois, o advogado contratado pela Embaixada da França consegue a liberdade condicional de Roussel, que sai da cadeia usando uma tornozeleira eletrônica, sair de casa em horários determinados e impedido de usar celular. Ele fica sabendo que a esposa Alice Roussel (Elisa Lasowski) e a filha voltaram para a França. Segundo relatório do FSB, foi Alice quem o denunciou. Aqui, faço uma pausa para esclarecer que o termo “Kompromat” é utilizado na Rússia como um dossiê falso concebido para incriminar opositores do governo – na verdade, o FSB acreditava que o francês era espião. Roussel pediu ajuda ao embaixador francês, que a negou com a desculpa de prejudicar o relacionamento com a Rússia. O francês então empreendeu uma fuga maluca pelo território russo, com o objetivo de chegar à fronteira da Estônia e então conquistar a liberdade. A única pessoa a ajudá-lo foi a jovem russa Svetlana (a atriz polonesa Joanna Kulig). As etapas da fuga e o sofrimento infringido a Roussel, que passou fome e frio, além da perseguição por parte dos agentes da FSB, são destacados em grande parte do filme, tornando-o um suspense de prender a respiração. Mais interessante ainda é o fato de revelar uma história verídica. Recomendo.        

Nenhum comentário:

Postar um comentário