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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

 

“JOY”, 2024, Inglaterra, 1h55m, em cartaz na Netflix, direção de Ben Taylor (“Sex Education”), seguindo roteiro assinado por Jack Thorne, Rachel Mason e Emma Gordon. O filme é baseado em fatos reais que culminaram no nascimento do primeiro bebê in vitro, que depois ficaria conhecido popularmente, no mundo inteiro, como bebê de proveta.  A história começa em 1968, em Cambridge e depois em Bristol, quando o cientista Robert Edwards (James Norton), a enfermeira e embriologista Jean Purdy (Thomasin McKenzie) e o ginecologista Patrick Steptoe (Bill Nighy) começaram a pesquisar um processo envolvendo a combinação de óvulos e espermatozóides em um ambiente laboratorial, fora do corpo da mulher. O filme acompanha passo a passo todas etapas do trabalho do trio, as pesquisas com mulheres inférteis, a violenta oposição dos religiosos, que chamavam Edwards de “Dr. Frankestein”, e a perseguição incessante da imprensa inglesa. O primeiro bebê de proveta somente nasceria em 1978, fato alardeado no mundo inteiro como um grande avanço da ciência. Louise Joy Brown, o bebê, hoje aos 46 anos, continua viva e saudável. Embora o filme seja muito interessante como registro histórico, o espectador comum talvez tenha dificuldade de entender a linguagem técnica utilizada em muitos diálogos. Eu passei batido em vários. Certamente o pessoal da área médica terá mais facilidade de acompanhar os acontecimentos, principalmente no que se refere às pesquisas. Para as novas gerações, que talvez não imaginem como nasceu a fertilização in vitro, “Joy” é bastante esclarecedor.     

domingo, 1 de dezembro de 2024

“TIGRES E HIENAS” (“TIGRES Y HIÈNES”), 2024, França, 1h49m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Jérémie Guez, que também assina o roteiro com a colaboração de Louis Lagayette. Não é de hoje que o cinema francês tem nos ofertado ótimos filmes de ação, alguns deles do próprio Jérémie Guez, como “Asfalto de Sangue” e “Ligados pelo Sangue”, entre outros. O cineasta francês volta ao submundo do crime em Paris para desenvolver a história de “Tigres e Hienas”. Quando soube que seu padrasto Serge (Vincent Pérez), um conhecido assaltante de bancos, foi preso novamente, o jovem Malik (Waël Sersoub) retorna da Espanha para Paris para saber o que aconteceu e também para dar apoio para a mãe. Serge foi preso juntamente com outros três assaltantes, um deles Chérif Zhaoui (Omar Salim). Durante o julgamento da quadrilha, a advogada Irís (Géraldine Nakache), defensora de Chérif, faz uma proposta maluca e improvável para Malik: em troca da liberdade de seu padrasto, ele terá que planejar e praticar um audacioso assalto e ainda participar de um plano para libertar os presos que estão sendo julgados. Como deve sua vida ao padrasto, quando este o livrou da morte quando era apenas um adolescente, Malik topa a empreitada, devendo recrutar, para isso, alguns marginais indicados pela advogada. Completam o elenco Olivier Martinez, Evelyne El Garby Klaï, Samir Guesmi, Cassandra Cano e Sofiane Zermani.  Recomendo que você não ligue tanto para o conteúdo um tanto inverossímil da história, mas sim para as sequências de ação, algumas delas de tirar o fôlego. Importante destacar que a maioria dos personagens – como também os atores que os interpretam – são de origem árabe e africana. Ou seja, a participação de imigrantes na vida francesa, para bem e para o mal, está cada vez maior.

 

“SUBMISSÃO” (“ALICE: SUBSERVIENCE”), 2024, Estados Unidos, 1h46m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de S.K. Dale (Scott Dale), seguindo roteiro assinado por Will Honley e April Maguire. O filme explora, com muita competência, um tema da maior atualidade: a Inteligência Artificial. O roteiro mistura ficção científica, suspense, terror e erotismo. A história acontece num futuro difícil de afirmar se é próximo ou longínquo - mas sabemos que vai chegar. Enquanto sua esposa Maggie (Madeline Zima) permanece internada num hospital à espera de um transplante de coração, seu marido Nick (Michele Morrone) resolve adquirir uma androide (Megan Fox) para executar os serviços domésticos e de babá dos filhos do casal. Aliás, foi Isla (Mathilde Firth), a filha mais velha, que escolheu o nome da sua babá robô: Alice. A partir da chegada de Alice na casa o espectador mais atento logo percebe que a androide e seu dono vão acabar tendo um caso. Mas como, se ela é um robô, que imaginamos sem sentimentos? Nada é impossível para Hollywood. Quando Maggie volta para casa, depois do transplante, a harmonia da família acaba indo (literalmente) escada abaixo. Nick terá que administrar a confusão para salvar a família de uma tragédia. O filme garante um bom suspense e muitas cenas eróticas. Pelo desfecho já dá para prever que vem uma sequência logo logo. A bela Megan Fox, é claro, arrasa como a robô erótica, num de seus papeis mais difíceis. O ator italiano Michele Morrone, o garanhão de “365 Dias”, também não destoa, neste que é seu primeiro filme nos States. Trocando em miúdos, “Submissão” é um entretenimento de primeira, mas é bom dar um alerta: tirem as crianças da sala.