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quinta-feira, 17 de outubro de 2024
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
“TEMPESTADE ÁCIDA” (“ACIDE”), 2023,
coprodução França/Bélgica, 1h39m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Just
Philippot (“A Nuvem”), que também assina o roteiro com Yacine Badday. Trata-se
de uma ficção cuja história mistura catástrofe ambiental e drama familiar. Enquanto
visita sua namorada Karin (Suliane Brahim) no hospital, Michal (Guillaume
Canet, marido da atriz Marion Cotillard) recebe o telefonema de sua ex-esposa
Élise (Laetitia Dosch) preocupada com a previsão do tempo que anuncia uma
tempestade de chuva ácida. Para salvar a ex e a filha adolescente Selma
(Patience Munchenbach), Michal terá de enfrentar inúmeros desafios. Diante da uma confusão generalizada gerada pela situações caótica, milhões de franceses tentam fugir dessa tragédia ambiental,
mas muitos não conseguem. Essa busca pela salvação garante momentos de alta
tensão e muito suspense. Michal, Élise e Selma formam o trio central da
história. Nas horas mais difíceis, a adolescente mostra-se histérica e
irritante, configurando-se numa personagem bastante desagradável. O pai não
fica atrás, pois para se salvar e à família abandona uma mulher e o filho pequeno para
morrer no desabamento de uma casa. Não sei se é possível antever uma tragédia
desse tipo em nosso mundo real, mas a sinalização feita pelo filme é no mínimo
preocupante. Resumo da ópera, “Tempestade Ácida” tem um roteiro um tanto complicado, situações criadas claramente para "encher linguiça" e é arrastado demais. O resultado final é decepcionante. Em todo caso, o alerta está dado.
terça-feira, 15 de outubro de 2024
“A CASA MÓRBIDA” (“HOUSE OF
SPOILS”), 2024, Estados Unidos, 1h42m, em cartaz na Prime Vídeo,
direção e roteiro assinados por Bridget Savage Cole e Danielle Krudy (“Afunde o
Navio”). Sem querer ser infame – embora querendo, como diria Chaves -, os
autores da história viajaram na maionese ao misturar gastronomia com o
sobrenatural. Nesse caso específico, acho que a receita não funcionou. Após ser
demitida de um conceituado restaurante, uma chef (Ariana DeBose) aceita
comandar a cozinha de um novo restaurante localizado fora da cidade. Um desafio
e tanto, já que o lugar é uma mansão abandonada em péssimas condições. Enquanto
trabalha na restauração do imóvel e na construção da nova cozinha, a chef –
seu personagem não tem nome, o que achei uma grande falha – começa a perceber
que segredos macabros envolvem o lugar, entre os quais a existência de uma
bruxa cozinheira e uma horta pouco convencional. Toda a história gira em torno do
trabalho da chef, como a criação de um novo cardápio, a contratação de
funcionários para a cozinha, reuniões com o investidor etc. No papel da chef, a atriz Ariana
DeBose, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2022 pelo filme “Amor,
Sublime Amor”, se esforça para dar conta do recado, mas sua atuação é pífia.
Ariana, aliás, é mais conhecida como cantora e dançarina de musicais, no cinema
e na Broadway. Completam o elenco Arian Moayed, Barbie Ferreira e Martin
Csokas. Resumindo, o resultado final é decepcionante.
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
“PRISIONEIRO DO CAOS” (“STRUL”), 2024,
Suécia, 1h38m, em cartaz na Netflix, direção de Jon Holmberg, seguindo roteiro
escrito por Tapio Leopold. Comédia de ação, trata-se de remake de um filme também sueco
de 1988 com o mesmo título. Conny (Filip Berg) trabalha como vendedor numa loja
de eletrodomésticos. Ao realizar a entrega de um aparelho de TV numa casa, ele
acaba envolvido numa trama de assassinato, vai preso e condenado a 18 anos de
cadeia. Na penitenciária ele se envolve com uma turma de bandidos que planeja
fugir por um túnel cavado na lavanderia da cadeia. Em liberdade, Conny tentará
provar sua inocência e, para isso, conta com a ajuda da detetive novata e atrapalhada
Ayla (Shirin Golchin). Totalmente filmado nos cenários urbanos de Estocolmo (o
visual é um dos trunfos do filme), o filme tem bastante ação, momentos de humor
e ritmo alucinante, prendendo a atenção do espectador do começo ao desfecho.
Boa diversão na telinha.
domingo, 13 de outubro de 2024
“OS INFALÍVEIS" (“LES INFAILLIBLES”), 2024,
coprodução França/Bélgica, 1h39m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Frédéric
Forestier (“Asterix nos Jogos Olímpicos”), seguindo roteiro assinado por Kevin
DeBonne. Comédia de ação bastante movimentada e divertida. A polícia parisiense
não consegue prender os integrantes de uma quadrilha especializada em assaltar
carros-fortes. O Ministro do Interior e a prefeita de Paris decidem colocar
sangue novo na polícia. Com esse objetivo, recrutam a detetive Alia Samani
(Inès Rag), que tem se destacado no combate ao crime na perigosa Marselha com
seus métodos inusitados. Como seu parceiro, convocam o detetive Hugo Beaumont
(Kevin DeBonne), um policial atrapalhado escolhido única e exclusivamente por
ser sobrinho da prefeita (Stéphanie Van Vyve). Essa dupla maluca terá pela
frente não apenas assaltantes sanguinários e bem armados, mas também a
desconfiança dos policiais da capital francesa. Afinal, Alia é baixinha e
gordinha, e seu novo parceiro conhecido por suas trapalhadas. Como já é
previsível, claro que eles terão sucesso em sua empreitada, mas causarão muita
confusão até isso acontecer. Também estão no elenco Bacuir Baccour, Moussa
Maaskri, Loriane C. Klupsch e Philippe Résimont. Destaque para o desempenho da
comediante Inès Rag, conhecida na França por sua participação em comédias e shows
de stand-up. “Os Infalíveis” garante um entretenimento de primeira.
“NAPOLEÃO” (“NAPOLEON”), 2023, coprodução Estados Unidos/Inglaterra, 2h38m, em cartaz na Apple TV+, direção de Ridley
Scott, seguindo roteiro assinado por David Scarpa. Indicado para disputar o
Oscar 2024 em três categorias (Melhor Figurino, Melhor Design de Produção e
Melhores Efeitos Visuais), o épico de Ridley Scott foi esnobado pela Academia.
Também por historiadores, críticos e pelo público. Discordo, pois achei o filme
excelente, não só pelo roteiro histórico, como também pelas cenas espetaculares
de batalhas. O filme relata a rápida ascensão de Napoleão Bonaparte (1769-1821),
de simples oficial de artilharia do exército francês até ser coroado imperador.
Além disso, explora sua vida particular, principalmente seu tumultuado romance e
casamento com Josephine, além de sua competência como estrategista militar. Historiadores
apontaram alguns erros históricos no roteiro, como a presença de Napoleão
durante a decapitação de Maria Antonieta. Nesse dia (16 de outubro de 1793),
segundo os historiadores, Napoleão estava a 800 quilômetros de Paris, em
Toulon, lutando contra os ingleses. Outro erro apontado foi durante a cena em
que Napoleão estava no Egito, quando um tiro de canhão do exército francês atingiu
o topo de uma pirâmide. Isso realmente nunca aconteceu. Embora contestado, “Napoleão”
é um grande filme, comprovando que o cineasta Ridley Scott, aos 86 anos,
continua em grande forma. Só para lembrar, Scott é responsável por alguns
clássicos memoráveis do cinema, como “Thelma & Louise” (1991), “Blade Runner”
(1982), “Gladiador” (2000) e o meu preferido, “Falcão Negro em Perigo” (2001), entre tantos outros. Em “Napoleão”, Scott contou no elenco com Joaquin Phoenix (Napoleão), Vanessa
Kirby (Josephine), Tahar Rahim, Ruper Everett, Ben Miles, Ian McNeice, Mark
Bonnar e Catherine Walker. Trocando em miúdos, um filmaço!