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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

 

“APARTAMENTO 7a” (“APARTAMENT 7a”), 2024, Estados Unidos, 1h44m, em cartaz na HBO Max, direção de Natalie Erika James (“Relíquia Macabra”), cineasta norte-americana radicada na Austrália, que também assina o roteiro com Skylar James e Christian White. Trata-se da pré-sequência do clássico “O Bebê de Rosemary” (1968), de Roman Polanski. Ou seja, o filme é ambientado em 1965, antes da personagem Rosemary Woodhouse (Mia Farrow) chegar ao Edifício Bramford. No caso de “Apartamento 7a“, a figura central da história é a jovem bailarina Terry Gionoffrio (Julia Garner), que chega a Nova York com o objetivo de se tornar um astro do balé. Porém, ao se acidentar gravemente durante uma apresentação, ela está prestes a desistir do seu sonho quando de repente aparece um casal de idosos para ajudá-la. Margaux Castavet (Dianne Wiest) e seu marido Roman (Kevin McNally) residem no misterioso Edifício Bramford e cedem o apartamento 7a para a moça morar. No edifício também mora o empresário Alan Marchand (Jim Sturgess), justamente aquele que pode contratá-la como bailarina. Como diz o velho provérbio, “Quando a esmola é grande o pobre desconfia”, não deu outra. Terry percebe que tanto o casal de idosos quanto os demais moradores do prédio não têm boas intenções. Ela caiu numa armadilha assustadora. Esse novo terror psicológico não é melhor do que o filme de Polanski, mas não decepciona. Assista sem medo.                       

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

“TEMPESTADE ÁCIDA” (“ACIDE”), 2023, coprodução França/Bélgica, 1h39m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Just Philippot (“A Nuvem”), que também assina o roteiro com Yacine Badday. Trata-se de uma ficção cuja história mistura catástrofe ambiental e drama familiar. Enquanto visita sua namorada Karin (Suliane Brahim) no hospital, Michal (Guillaume Canet, marido da atriz Marion Cotillard) recebe o telefonema de sua ex-esposa Élise (Laetitia Dosch) preocupada com a previsão do tempo que anuncia uma tempestade de chuva ácida. Para salvar a ex e a filha adolescente Selma (Patience Munchenbach), Michal terá de enfrentar inúmeros desafios. Diante da uma confusão generalizada gerada pela situações caótica, milhões de franceses tentam fugir dessa tragédia ambiental, mas muitos não conseguem. Essa busca pela salvação garante momentos de alta tensão e muito suspense. Michal, Élise e Selma formam o trio central da história. Nas horas mais difíceis, a adolescente mostra-se histérica e irritante, configurando-se numa personagem bastante desagradável. O pai não fica atrás, pois para se salvar e à família abandona uma mulher e o filho pequeno para morrer no desabamento de uma casa. Não sei se é possível antever uma tragédia desse tipo em nosso mundo real, mas a sinalização feita pelo filme é no mínimo preocupante. Resumo da ópera, “Tempestade Ácida” tem um roteiro um tanto complicado, situações criadas claramente para "encher linguiça" e é arrastado demais. O resultado final é decepcionante. Em todo caso, o alerta está dado.                        

 

           

               

                     




terça-feira, 15 de outubro de 2024

 

“A CASA MÓRBIDA” (“HOUSE OF SPOILS”), 2024, Estados Unidos, 1h42m, em cartaz na Prime Vídeo, direção e roteiro assinados por Bridget Savage Cole e Danielle Krudy (“Afunde o Navio”). Sem querer ser infame – embora querendo, como diria Chaves -, os autores da história viajaram na maionese ao misturar gastronomia com o sobrenatural. Nesse caso específico, acho que a receita não funcionou. Após ser demitida de um conceituado restaurante, uma chef (Ariana DeBose) aceita comandar a cozinha de um novo restaurante localizado fora da cidade. Um desafio e tanto, já que o lugar é uma mansão abandonada em péssimas condições. Enquanto trabalha na restauração do imóvel e na construção da nova cozinha, a chef – seu personagem não tem nome, o que achei uma grande falha – começa a perceber que segredos macabros envolvem o lugar, entre os quais a existência de uma bruxa cozinheira e uma horta pouco convencional. Toda a história gira em torno do trabalho da chef, como a criação de um novo cardápio, a contratação de funcionários para a cozinha, reuniões com o investidor etc. No papel da chef, a atriz Ariana DeBose, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2022 pelo filme “Amor, Sublime Amor”, se esforça para dar conta do recado, mas sua atuação é pífia. Ariana, aliás, é mais conhecida como cantora e dançarina de musicais, no cinema e na Broadway. Completam o elenco Arian Moayed, Barbie Ferreira e Martin Csokas. Resumindo, o resultado final é decepcionante.                      

 

           

               

                     

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

“PRISIONEIRO DO CAOS” (“STRUL”), 2024, Suécia, 1h38m, em cartaz na Netflix, direção de Jon Holmberg, seguindo roteiro escrito por Tapio Leopold. Comédia de ação, trata-se de remake de um filme também sueco de 1988 com o mesmo título. Conny (Filip Berg) trabalha como vendedor numa loja de eletrodomésticos. Ao realizar a entrega de um aparelho de TV numa casa, ele acaba envolvido numa trama de assassinato, vai preso e condenado a 18 anos de cadeia. Na penitenciária ele se envolve com uma turma de bandidos que planeja fugir por um túnel cavado na lavanderia da cadeia. Em liberdade, Conny tentará provar sua inocência e, para isso, conta com a ajuda da detetive novata e atrapalhada Ayla (Shirin Golchin). Totalmente filmado nos cenários urbanos de Estocolmo (o visual é um dos trunfos do filme), o filme tem bastante ação, momentos de humor e ritmo alucinante, prendendo a atenção do espectador do começo ao desfecho. Boa diversão na telinha.               

 

domingo, 13 de outubro de 2024

 

“OS INFALÍVEIS" (“LES INFAILLIBLES”), 2024, coprodução França/Bélgica, 1h39m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Frédéric Forestier (“Asterix nos Jogos Olímpicos”), seguindo roteiro assinado por Kevin DeBonne. Comédia de ação bastante movimentada e divertida. A polícia parisiense não consegue prender os integrantes de uma quadrilha especializada em assaltar carros-fortes. O Ministro do Interior e a prefeita de Paris decidem colocar sangue novo na polícia. Com esse objetivo, recrutam a detetive Alia Samani (Inès Rag), que tem se destacado no combate ao crime na perigosa Marselha com seus métodos inusitados. Como seu parceiro, convocam o detetive Hugo Beaumont (Kevin DeBonne), um policial atrapalhado escolhido única e exclusivamente por ser sobrinho da prefeita (Stéphanie Van Vyve). Essa dupla maluca terá pela frente não apenas assaltantes sanguinários e bem armados, mas também a desconfiança dos policiais da capital francesa. Afinal, Alia é baixinha e gordinha, e seu novo parceiro conhecido por suas trapalhadas. Como já é previsível, claro que eles terão sucesso em sua empreitada, mas causarão muita confusão até isso acontecer. Também estão no elenco Bacuir Baccour, Moussa Maaskri, Loriane C. Klupsch e Philippe Résimont. Destaque para o desempenho da comediante Inès Rag, conhecida na França por sua participação em comédias e shows de stand-up. “Os Infalíveis” garante um entretenimento de primeira.               

 

           

               

                     

“NAPOLEÃO” (“NAPOLEON”), 2023, coprodução Estados Unidos/Inglaterra, 2h38m, em cartaz na Apple TV+, direção de Ridley Scott, seguindo roteiro assinado por David Scarpa. Indicado para disputar o Oscar 2024 em três categorias (Melhor Figurino, Melhor Design de Produção e Melhores Efeitos Visuais), o épico de Ridley Scott foi esnobado pela Academia. Também por historiadores, críticos e pelo público. Discordo, pois achei o filme excelente, não só pelo roteiro histórico, como também pelas cenas espetaculares de batalhas. O filme relata a rápida ascensão de Napoleão Bonaparte (1769-1821), de simples oficial de artilharia do exército francês até ser coroado imperador. Além disso, explora sua vida particular, principalmente seu tumultuado romance e casamento com Josephine, além de sua competência como estrategista militar. Historiadores apontaram alguns erros históricos no roteiro, como a presença de Napoleão durante a decapitação de Maria Antonieta. Nesse dia (16 de outubro de 1793), segundo os historiadores, Napoleão estava a 800 quilômetros de Paris, em Toulon, lutando contra os ingleses. Outro erro apontado foi durante a cena em que Napoleão estava no Egito, quando um tiro de canhão do exército francês atingiu o topo de uma pirâmide. Isso realmente nunca aconteceu. Embora contestado, “Napoleão” é um grande filme, comprovando que o cineasta Ridley Scott, aos 86 anos, continua em grande forma. Só para lembrar, Scott é responsável por alguns clássicos memoráveis do cinema, como “Thelma & Louise” (1991), “Blade Runner” (1982), “Gladiador” (2000) e o meu preferido, “Falcão Negro em Perigo” (2001), entre tantos outros. Em “Napoleão”, Scott contou no elenco com Joaquin Phoenix (Napoleão), Vanessa Kirby (Josephine), Tahar Rahim, Ruper Everett, Ben Miles, Ian McNeice, Mark Bonnar e Catherine Walker. Trocando em miúdos, um filmaço!