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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

 

“BURACO NA PAREDE” (“GAT IN DIE MUUR”), 2020, África do Sul, 1h44m, direção de Andre Odendaal, que também assina o roteiro com a colaboração de Susan Coetzer. Trata-se de uma verdadeira pérola do pouco conhecido cinema sul-africano. Além de dirigir, Odendaal atua como o principal protagonista, Rian, um homem diagnosticado com câncer de cólon no estágio 4. Para aproveitar o pouco tempo que lhe resta, semanas talvez, ele convida o filho Ben (Nick Campbell), que mora na Europa e não vê há três anos, e a amiga Ava (Tinarie Van Wyk Loots), que servirá como uma espécie de sua cuidadora/enfermeira, para uma viagem pela África do Sul com o objetivo de rever amigos, antigos amores e lugares que um dia foram importantes em sua vida. O road-movie começa com uma visita à sua ex-esposa, mãe de Ben, da qual está divorciado há 15 anos. A última visita é à sua fazenda de café e ao seu amigo e administrador Tony. Durante toda a viagem, Rian terá dores horríveis, enjoos e hemorragias, um sofrimento que o espectador acompanha angustiado. Para aliviar as dores, a amiga Ava fornece cigarros de maconha a Rian, seu unico “remédio” durante toda a viagem. Odendaal dirige o filme com grande sensibilidade, criando uma viagem comovente de autoconhecimento e de reflexões sobre a vida e a expectativa da morte iminente. Outro grande destaque do filme são as paisagens litorâneas de Transkei e Kwzulu-Natal, realmente espetaculares. O filme, disponível na plataforma Netflix, é todo falado em africâner, língua de origem holandesa ainda muito utilizada na África do Sul e na Namíbia. “Buraco na Parede” fez sucesso em vários festivais pelo mundo, sendo que Andre Odendaal conquistou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cinema de South Hampton (EUA). Enfim, um belo filme. Imperdível!    

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