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terça-feira, 30 de abril de 2019


“QUE DEUS NOS PERDOE” (“QUE DIOS NOS PERDONE”), 2016, Espanha, 2h7m, roteiro e direção de Rodrigo Sorogoyen. Drama policial cuja tema central é a investigação de vários crimes cometidos em Madrid por um sádico serial killer, que escolhe como suas vítimas mulheres de mais de 70 anos. Além de espancá-las até a morte, o assassino, como toque final, ainda estupra as idosas. Boa gente o cara. A história é ambientada em 2011 numa Madrid caótica, com manifestações de protesto violentas nas ruas por parte dos ativistas do Movimento 15-M e às vésperas da visita oficial do Papa Bento XVI à Espanha. A polícia madrilhenha encarrega os detetives Velarde (Antonio de La Torre) e Alfaro (Roberto Álamo) pela investigação dos assassinatos das idosas – as cenas dos corpos mutilados são chocantes. Ao mesmo tempo em que acompanha os trabalhos da dupla, o filme reserva um bom espaço para compor e revelar as personalidades completamente diferentes dos dois policiais. Velarde é minucioso, atento aos mínimos detalhes das cenas dos crimes, observa mais do que fala. Há muito tempo que é considerado um gênio da polícia. Por outro lado, Alfaro é falante, truculento, resolve as discussões na base da porrada e muitas vezes parece ter um parafuso a menos. A gagueira de Velarde rende alguns bons momentos de humor, assim como a truculência de Alfaro. Até o desfecho, o clima de suspense segue num ritmo quase que alucinante, tornando este policial espanhol um bom entretenimento. Faltou, porém, uma explicação plausível para a cena final, deixando uma pergunta no ar: Como Velarde descobriu o paradeiro do criminoso? Para mim, esta é a maior falha do roteiro de Sorogoyen, embora não prejudique o resultado final. “Que Deus nos Perdoe” também é o nome de uma música cantada pela fadista portuguesa Amália Rodrigues, incluída na trilha sonora do filme quando os créditos finais aparecem na tela.     

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