DVDdicas - CINEMA COMENTADO.
A ideia do Blog surgiu das minhas dicas de filmes aos amigos do Facebook, o que faço desde 2011.
Minha proposta é sugerir - ou contraindicar - filmes, em sua grande maioria que saem direto em DVD e que não tiveram exibição em circuito comercial.
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terça-feira, 30 de abril de 2019
“QUE
DEUS NOS PERDOE” (“QUE DIOS NOS PERDONE”), 2016, Espanha, 2h7m,
roteiro e direção de Rodrigo Sorogoyen. Drama policial cuja tema central é a
investigação de vários crimes cometidos em Madrid por um sádico serial killer,
que escolhe como suas vítimas mulheres de mais de 70 anos. Além de espancá-las
até a morte, o assassino, como toque final, ainda estupra as idosas. Boa gente
o cara. A história é ambientada em 2011 numa Madrid caótica, com manifestações de protesto violentas nas
ruas por parte dos ativistas do Movimento 15-M e às vésperas da visita oficial do Papa
Bento XVI à Espanha. A polícia madrilhenha encarrega os detetives Velarde
(Antonio de La Torre) e Alfaro (Roberto Álamo) pela investigação dos
assassinatos das idosas – as cenas dos corpos mutilados são chocantes. Ao mesmo
tempo em que acompanha os trabalhos da dupla, o filme reserva um bom espaço
para compor e revelar as personalidades completamente diferentes dos dois policiais.
Velarde é minucioso, atento aos mínimos detalhes das cenas dos crimes, observa
mais do que fala. Há muito tempo que é considerado um gênio da polícia. Por
outro lado, Alfaro é falante, truculento, resolve as discussões na base da
porrada e muitas vezes parece ter um parafuso a menos. A gagueira de Velarde rende alguns bons momentos de humor, assim como a truculência de Alfaro. Até o desfecho, o clima
de suspense segue num ritmo quase que alucinante, tornando este policial
espanhol um bom entretenimento. Faltou, porém, uma explicação plausível para a cena
final, deixando uma pergunta no ar: Como Velarde descobriu o paradeiro do criminoso? Para mim, esta é a maior falha do roteiro de Sorogoyen, embora não prejudique o resultado
final. “Que Deus nos Perdoe” também é o nome de uma música cantada pela fadista
portuguesa Amália Rodrigues, incluída na trilha sonora do filme quando os créditos finais aparecem na tela.
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