Depois de
conquistar o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro com “Paradise Now”, em
2006, o diretor israelense Hany Abu-Assad ganhou prestígio no meio cinematográfico
e foi parar em Hollywood, onde dirigiu “Entrega de Risco”, um filme de ação
mediano. Em 2013, ele escreveu e dirigiu “OMAR”, este sim
um filmaço. Tanto que, após sua exibição no Festival de Cannes daquele ano, foi
aplaudido de pé por 5 minutos. Palmas merecidas, pois realmente é um filme de
grande impacto. Conta a história de Omar (Adam Bakri), um jovem padeiro que
vive pulando o muro que divide o lado palestino de Israel para ver os amigos e
flertar com Nadia (Leem Lubany). Um dia, Omar acaba detido por uma patrulha de
Israel, sendo humilhado e espancado pelos soldados. Ele se revolta e combina
uma vingança com os amigos Amjad (Samer Bicharat) e Tarek (Eyad Hourani), que resulta
no assassinato de um soldado israelense. Omar é preso e torturado para entregar
quem deu o tiro no soldado. A partir daí, uma série de intrigas envolve o rapaz, incluindo
a desconfiança de Nadia e seus amigos de que ele agiu como traidor. Esse
conflito acompanhará Omar até o desfecho surpreendente. O diretor acerta ao retratar
uma realidade bastante desconfortável nos territórios palestinos ocupados por
Israel, onde as pessoas, tanto de um lado como do outro, vivem num constante
clima de forte tensão. Abu-Assad acertou também ao escalar nos papéis
principais alguns excelentes atores novatos. Somando tudo isso, um filme imperdível!