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sábado, 10 de maio de 2025

 

“UM LUGAR BEM LONGE DAQUI” (“WHERE THE CRAWDADS SING”), 2022, Estados Unidos, 2h05m, em cartaz na Netflix, direção de Olivia Newman (“Minha Primeira Luta”), seguindo roteiro de Lucy Alibar, baseado no romance homônimo escrito por Delia Owens. Trata-se de uma mistura de drama, romance e suspense, começando pela misteriosa morte de um rapaz de uma família conceituada da pequena cidade de Barkley Cove, na Carolina do Norte. A jovem Kya Clark (Daisy Edgar-Jones), moradora de uma cabana isolada numa zona de pântanos perto da cidade, é acusada e presa como suspeita do suposto assassinato – pode ter sido acidente. A primeira parte da história é dedicada às tristes lembranças de Kya sobre sua família. Por causa de seu pai violento, a mãe e os três filhos homens fogiram de casa. Só ficou a pequena Kya, que logo depois é abandonada pelo pai. Ela sobrevive sozinha, e quando tenta socializar com a população do vilarejo é discriminada e até insultada como “A garota fedida do brejo”. Sem conseguir uma vaga na escola, Kya cresce estudando e desenhando insetos, conchas, borboletas, aves e outros pequenos espécimes que vivem nos pântanos – a autora da história, além de escritora, é também zoóloga. Mais tarde, Kya até consegue publicar alguns livros com essas ilustrações. Adulta e bonita, Kya chama a atenção de dois jovens da cidade, seu amigo de infância Tate Walker (Taylor John Smith) e o arrogante e violento Chase Andrews (Harris Dickinson), este último a vítima do suposto homicídio. Kya é levada a julgamento no tribunal da cidade, sendo defendida pelo advogado Tom Milton (David Strathairn). A adaptação para o cinema foi muito bem feita e o resultado final do filme é bastante satisfatório, não só pela história em si, mas também pelo ótimo desempenho da atriz inglesa Daisy Edgar-Jones, de 26 anos, que ficou conhecida por suas atuações em séries como “Normal People” e “War of the Worlds – A Arte da Guerra”.

 

 

“CILADA” (“ATRAPADOS”), 2025, Argentina, minissérie de seis episódios em cartaz na Netflix, direção de Miguel Cohan e Hernán Goldfrid, que também assinam o roteiro com a colaboração de Ana Cohan, Maria Meira e Gonzalo Salaya. Esta é mais uma adaptação de um livro do escritor norte-americano Harlan Coben, especialistas em dramas policiais. A história, ambientada na cidade de Bariloche, é centrada na jornalista investigativa Ema Garay (Soledad Villamil, de "O Segredo dos seus Olhos"), que não costuma ser muito ética em seu trabalho, pois muitas vezes acusa pessoas que depois comprovam ser inocentes. Quando uma adolescente de 16 anos desaparece, Garay acusa Leo Mercer (Alberto Ammann), que é obrigado a fugir para não ser preso. Enquanto a polícia investiga o caso, vários personagens surgem na história, todos possíveis suspeitos, o que motiva o espectador a adivinhar quem será o verdadeiro culpado. Paralelamente à investigação policial, Ema Garay tenta por conta própria comprovar sua acusação contra Leo Mercer, mas aos poucos acaba acreditando que talvez tenha cometido um erro grave. Completam o elenco Juan Minujin, Carmela Rivero, Fernan Miras, Mike Amigorena e Matías Recalt. Trocando em miúdos, “Cilada” tinha um material muito bom em se tratando de um romance de Harlan Coben, mas não soube explorá-lo a contento. A qualidade do resultado final ficou bem longe de outras adaptações da obra de Coben para séries televisivas e para o cinema.  

quarta-feira, 7 de maio de 2025

 

“LONGLEGS – VÍNCULO MORTAL” (“LONGLEGS”), 2024, EUA, 1h41m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Ozgood Perkins. Com o avanço da idade, o ator Nicolas Cage está cada vez mais canastrão, até mesmo disfarçado com uma maquiagem que o tornou irreconhecível neste drama policial recheado de suspense, terror e sobrenatural. Na verdade, uma história bem maluca, difícil de digerir.  A agente Lee Harker (Maika Monroe), uma novata no FBI que adota uma postura catatônica e convive com uma intuição à beira da vidência. Ela consegue enxergar situações que os outros agentes não conseguem. Por isso, caiu nas graças do seu chefe, o agente William Carter (Blair Underwood), que a indica para resolver o caso de um serial killer que há anos assassina famílias inteiras. Graças ao trabalho de Harker, o FBI chega ao principal suspeito, um maluco conhecido como Longlegs (Cage), que é preso e submetido a um interrogatório. E adivinha quem vai interrogá-lo: isso mesmo, a agente Harker. O FBI chega à conclusão de que o psicopata tem alguém que trabalha para ele, um assassino tal qual o próprio. O caso começa a tomar uma conexão com satanismo, práticas ocultistas e lavagem cerebral. Numa grande reviravolta, a conclusão revela fatos assustadores da infância de Harker. Completam o elenco Alicia Witt, Kiernan Shipka, Erin, Boyes, Lisa Chandler, Dakota Daulby e Michelle Choi-Lee. Como afirmei no início do comentário, você não reconhecerá Nicolas Cage, que atua debaixo de uma maquiagem carregada e próteses, além de uma cabeleira desgrenhada e suja que chega aos ombros. Para concluir, o resultado final de “Longlegs” chega perto de uma grande bobagem cinematográfica.  

segunda-feira, 5 de maio de 2025

 

“EXPLOSÃO NO TREM-BALA” (“SHINKANSEN DAIBAKUHA”) - nos países de língua inglesa, "Bullet Train Explosion" -, 2025, Japão, 2h14m, em cartaz na Netflix, direção de Shinji Higuchi (“Shin Godzilla”), seguindo roteiro assinado por Kazuhiro Nakaha e Norichika Ôba. Um trem-bala sai de uma cidade do interior do Japão com destino a Tóquio oara cumprir uma distância de cerca de 600 quilômetros. Durante o trajeto estão previstas paradas em várias estações. Só que terroristas entram no circuito e ameaçam explodir o trem se a velocidade ficar abaixo dos 100 km por hora. De início, as autoridades acham que é um trote, mas os terroristas mostram que estão falando a verdade. Para comprovar, explodem um trem de carga e avisam: querem 100 bilhões de yenes para não provocar a explosão do trem-bala. Ou seja, os 340 passageiros do trem-bala correm um tremendo risco de vida. Diante da situação crítica, o governo japonês, juntamente com os diretores da empresa JR East – dona do trem-bala -, engenheiros ferroviários, policiais e bombeiros montam um gabinete de crise e entram numa corrida contra o tempo para achar uma solução. A prioridade é salvar os passageiros e impedir que o trem-bala chegue a Tóquio, pois explodindo na capital os danos serão muito maiores. O espectador acompanha o drama dos passageiros e a enorme tensão que domina as autoridades na medida em que o trem-bala avança em sua viagem. O filme é um primor de imagens, as cenas de ação são impressionantes. Vale lembrar que esse tipo de situação já foi tema de filmes como “Velocidade Máxima”, de 1994, quando Keanu Reeves não pode diminuir a velocidade de um ônibus, e ainda o filme também japonês “Trem-Bala”, de 1975. Trocando em miúdos, “Explosão no Trem-Bala” garante muita tensão, suspense e ação do começo ao fim. Imperdível!