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quinta-feira, 3 de abril de 2025

“GOLPE DE SORTE EM PARIS” (“COUP DE CHANCE”), 2024, coprodução Estados Unidos/França, 1h36m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Woody Allen. Este é o 50º filme de Allen, Assisti a todos, desde o seu primeiro, “Um Assaltante Bem Trapalhão”, de 1969. Aos 89 anos, Allen talvez não tenha vigor para dirigir mais algum filme, mas se optar pela aposentadoria deixa um legado importante para o cinema. Seus filmes são inteligentes, bem-humorados, saborosos, diálogos primorosos etc. Enfim, um gênio. Neste “Golpe de Sorte em Paris”, Allen optou por um suspense meio hitchcockiano, contando uma história repleta de reviravoltas, todo falado em francês e ambientado, em sua grande parte, em Paris. Fanny (a ótima Lou De Laâge) é casada com Jean (Melvil Poupaud), um rico empresário do mundo dos investimentos. O casamento parece consolidado, até que surge um antigo colega de escola de Fanny, o jovem Alain (Niels Schneider), metido a poeta. Os dois acabam tendo um caso e, desconfiado, o marido Jean contrata um detetive particular. Em meio a essa confusão, surge Camille (Valérie Lemercier), mãe de Fanny, que terá um papel importante em todo o contexto da história. Prefiro não discorrer mais para evitar algum spoiler. Além do saboroso enredo, “Golpe de Sorte em Paris” se destaca pela qualidade estética do visual, que leva a assinatura do veterano diretor de fotografia italiano Vittorio Storaro, conhecido como “o mago da luz”, em seu 5º filme com Allen. Outro destaque do filme é a trilha sonora, mais uma vez recheada de jazz tradicional, desta vez incluindo uma gravação de 1966 – “Cantaloupe Island” – com o pianista Herbie Hancock e o pistonista Nat Adderley. Resumo da ópera: trata-se de um filme de Woody Allen e, portanto, imperdível, pelo menos para os fãs do diretor, como eu.     

terça-feira, 1 de abril de 2025

“HOLLAND”, 2025, Estados Unidos, 1h48m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Mimi Cave, seguindo roteiro assinado por Andrew Sodorski. Seja em séries ou filmes, Nicole Kidman é, há muitos anos, uma das atrizes mais requisitas pelos estúdios, sempre em papéis importantes. Com justiça, pois ela é, além de bonita, muito competente. Neste “Holland”, um misto de comédia, suspense e drama, Nicole é Nancy Vandergroot, professora de uma escola na pequena cidade de Holland, no Michigan. Ela é casada com Fred (Matthew), oftalmologista e diácono na igreja local, com quem um filho, Harry (Jude Hill). A família é muito respeitada pela comunidade, mas o casamento está por um fio. Nancy, desconfiada pelas tantas viagens do marido para ministrar cursos e palestras, acha que que ele tem um caso amoroso. Nancy conta essa desconfiança para Dave (o ator mexicano Gael García Bernal), professor na mesma escola e seu amigo. Eles resolvem investigar as andanças de Fred e acabam se envolvendo em muitas confusões. A partir de então, o suspense corre solto, com inúmeras situações repletas de humor. Resumindo a história, os amigos descobrirão que Fred esconde um segredo horripilante, numa reviravolta que valoriza ainda mais esse ótimo suspense. Mais do que isso, “Holland” é um filme esteticamente muito criativo e interessante, resultando num ótimo entretenimento. Como informação adicional, confirmo que Holland realmente existe. É uma pequena cidade do estado do Michigan fundada por pastores holandeses em 1847. Não deixe de ver.     

domingo, 30 de março de 2025

“PÁSSARO BRANCO – UMA HISTÓRIA DE EXTRAORDINÁRIO” (“WHITE BIRD”), 2024, Estados Unidos, 2h1m, em cartaz na Prime Vídeo, direção do cineasta alemão Marc Forster (“O Caçador de Pipas”, “A Última Ceia”, “Em Busca da Terra do Nunca”), seguindo roteiro assinado por Mark Bomback. Trata-se da adaptação de “White Bird: A Wonder Story”, livro em quadrinhos criado pela designer gráfica norte-americana R. J. Palacio. A história acompanha a idosa Sara (Helen Mirren) contando reminiscências de sua juventude ao neto Julien (Bryce Gheisar). De uma família judia residente no interior da França, a jovem Sara (papel de Ariella Glaser) viveu uma aventura e tanto durante a Segunda Grande Guerra, quando os nazistas invadiram o seu vilarejo. Caçada para ser deportada para os campos de concentração, Sara se escondeu no celeiro da fazenda de seu colega de escola Julien (Orlando Schwerdt). Os pais de Julien, Vivienne (Gillian Anderson) e Jean Paul Beaumier (Jo Stone-Fewings), acolheram a menina judia como se fosse sua própria filha. Sem saber o destino de seus pais, Sara fica com a família Beaumier até o final do conflito. Trocando em miúdos, esta é uma das mais belas histórias ambientadas durante a Segunda Guerra Mundial. Com um final feliz, talvez por se tratar de ficção, ao contrário de tantas outras histórias verdadeiras que tiveram o final trágico. Imperdível!