Páginas

sábado, 8 de fevereiro de 2025

 

“DESAPARECIDOS” (“VANISHING”), em cartaz na Prime Vídeo, 2022, coprodução França/Coreia do Sul, 1h28m, direção de Denis Dercourt, que também assina o roteiro com Marion Dessout. A história é baseada no livro “The Killing Room, escrito por Peter May. Famosa por ter inventado uma técnica revolucionária no campo da restauração e identificação de cadáveres danificados, a médica cientista forense francesa Alice Launey (Olga Kurylenko) viaja para Seul (Coreia do Sul) para proferir palestras sobre sua descoberta. Durante esse trabalho ela é procurada pelo detetive Park Jin-Ho (Yoo Yeon-Seok) para ajudá-lo a identificar uma mulher encontrada morta à beira de um rio. As investigações prosseguem e a polícia de Seul, graças à ajuda da médica francesa, chegam à conclusão de que o caso envolve o tráfico de órgãos humanos. Muito suspense até o desfecho, o que prende a atenção do espectador. Além da história em si, desenvolvida por um primoroso roteiro, a presença sempre marcante da atriz ucraniana Olga Kurylenko é o grande trunfo do filme. As imagens de Seul, principalmente as aéreas, são outro destaque. Outro detalhe interessante: o filme é falado em inglês, francês, coreano, mandarim e até em português.  Resumo da ópera: trata-se de um ótimo suspense, muito acima da média. Não perca!      

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

 

“HEREGE” (“HERETIC”), 2024, Estados Unidos, 1h51m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Scott Beck e Brian Woods (“A Casa do Terror”, “Um Lugar Silencioso”). Terror psicológico cuja história é toda ambientada num cenário único. Reúne três personagens principais: as jovens missionárias sister Barnes (Sophie Tatcher) e sister Paxton (Chloe East), além de Mr. Reed (Hugh Grant), um sujeito solitário e excêntrico. São eles que participarão de toda a trama. Começa com as missionárias chegando num casarão isolado, propriedade de Mr. Reed, aparentemente um homem bastante simpático e receptivo, mas que logo mostrará sua face tenebrosa. Tenebrosa também é a casa, que lembra muito o Bates Motel, de “Psicose”, clássico de 1960 dirigido por Hitchcock. Reparem: o plano que mostra a fachada da casa é praticamente o mesmo, tudo envolto em neblina. Dentro da casa, as missionárias e Mr. Reed conversarão muito sobre religião e questões existenciais. Essas discussões são enfadonhas e chegam a irritar o espectador. A história toda é sem pé nem cabeça, tronco e membros. Não há uma explicação plausível para o que está acontecendo. O resultado final é decepcionante. Não sei se é o caso, mas o ator inglês Hugh Grant, de tantos filmes muito bons, desta vez errou feio na escolha ou está muito precisando de grana. Mais uma vez vou contra a corrente dos comentaristas profissionais, que gostaram do filme. Eu achei muito fraco.

 

 

 

“A CHAVE DO PROBLEMA” (“THE LOCKSMITH”), 2023, Estados Unidos, 1h32m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Nicolas Harvard, seguindo roteiro assinado por John Glosser, Chris Lamont, Ben Kabialis e Joe Russo. A história é centrada no ladrão Miller Graham (Ryan Phillippe), preso no começo do filme quanto praticava um roubo, colocando em prática sua especialidade de chaveiro. Dez anos depois ele sai em liberdade condicional disposto a reconstruir sua vida ao lado de Beth Fisher (Kate Bosworth), sua antiga namorada, e de Lindsay (Madeleine Guilbot), filha de ambos. Só que Miller terá que enfrentar um problema: April Reyes (Gabriela Quezada), irmã do parceiro de Miller no roubo, está precisando de dinheiro e exige que ele resolva seu problema. Afinal, o irmão de April foi assassinado durante o roubo com Miller. A situação acaba se complicando ainda mais depois que a polícia começa a perseguir Miller acusando-o de um novo assalto. Se não bastasse tudo isso, Beth Fisher, sua antiga namorada, é uma destacada detetive da polícia local. Embora tenha algum suspense, o filme é de pouca ação, acentuando o ritmo lento e uma história pouco interessante. O roteiro tem alguns furos – não são de bala -, e a trama não deslancha em nenhum momento. Vale destacar no elenco a presença de Ryan Phillippe e Kate Bosworth, que, apesar de bons atores, nunca deslancharam em Hollywood. De qualquer forma, dá para assistir "A Chave do Problema" (o título em português é horrível) sem compromisso com a inteligência.  

domingo, 2 de fevereiro de 2025

“DE SOMBRA E SILÊNCIO” (“NE M Á TAJEMSTVI”), 2023, República Tcheca, 1h41m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Tomas Masin (“Brothers", “3 Seasons In Hell”), que também assina o roteiro com Alice Nellis. Drama familiar, suspense, policial, tudo junto e misturado, uma história com algumas reviravoltas e um desfecho inesperado. O filme é centrado no veterinário Martin (Marian Mitas), que sofre um grave acidente de trabalho – um coice de cavalo na cabeça, tem lesão cerebral que o faz perder a habilidade de falar, prejudica os movimentos e a compreensão do que os outros falam. O acidente terá consequências no seu casamento com Erika (Jana Plodková) e no relacionamento desta com Dana (Milena Steinmasslová), mãe de Martin. Em meio a este conflito familiar ainda surge em cena Jana (Magdaléna Borová), dona da fazenda onde ocorreu o acidente. Aos poucos, alguns segredos começam a ser revelados, tumultuando a fase de recuperação de Martin, que tenta duas vezes o suicídio e finalmente morre sob circunstâncias bastante misteriosas. O primoroso roteiro alterna cenas em flashbacks com a polícia interrogando as três mulheres da vida de Martin, além de médicos e enfermeiras do hospital onde ele é encontrado morto. A situação prende a atenção do espectador até o incrível e surpreendente desfecho. Premiado em vários festivais europeus, “De Sombra e Silêncio” é, sem dúvida, um dos melhores filmes já produzidos na República Tcheca. Imperdível!