“MAXXXINE”, 2024,
Estados Unidos, 1h44, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Ti West.
Misto de terror, suspense e policial noir, trata-se do terceiro filme de
uma trilogia que conduziu a atriz inglesa Mia Goth ao estrelato. Os dois
primeiros são “X – A Marca da Morte” e “Pearl”, ambos de 2022 e dirigidos pelo
mesmo Ti West. Mesmo que você não tenha visto os dois primeiros, dá para assistir este numa boa. Em “MaXXXine”, a garota do interior Maxine Minx (Goth) chega a
Los Angeles para trabalhar como atriz de filmes pornô. Seu objetivo, porém,
sempre foi chegar a Hollywood, atuar em filmes sérios e se tornar uma atriz
reconhecida mundialmente. Depois de muito esforço e alguns testes, ela consegue
um papel em um filme de terror dirigido por Elizabeth Bender (Elizabeth
Debicki) que promete ser um sucesso de bilheteria. Enquanto isso, uma série de
assassinatos amedronta Los Angeles. As vítimas são mulheres que trabalham em
filmes pornôs e o serial killer está sendo chamado de “Night Stalker”.
Como Maxine poderá ser a próxima vítima, ela é seguida de perto por dois
detetives, papéis de Michelle Monaghan e Bobby Carnevale. A tensão aumenta a
cada cena, pois o assassino pode estar em qualquer lugar. Completam o ótimo
elenco Lily Collins, Kevin Bacon, Sophie Tatcher, Giancarlo Esposito e Moses
Sumney. Vale a pena aqui lembrar que a atriz Mia Goth (Mia Gypsy Mello da Silva
Goth), 31 anos, é filha de mãe brasileira e pai canadense. Sua avó materna é a
atriz brasileira Maria Gladys, com a qual Mia Goth morou aqui no Brasil até se
mudar para a Inglaterra. Sua estreia no cinema aconteceu em 2013 no polêmico “Nymphomaniac”. Atualmente, Mia está casada com o ator Shia Labeouf. Para encerrar, “MaXXXine” é um filme muito interessante que vale a pena
assistir.
Páginas
sábado, 18 de janeiro de 2025
sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
“TUDO PELO DIVÓRCIO” (“ROZWODNICY”),
2024,
Polônia, 1h31m, em cartaz na Netflix (produção original), direção de Michal Chacinski
(“Planeta Singli”, “Juliusz”), que também assina o roteiro com a colaboração de
Lukasz Swiatowiec. Simpática comédia, agradável de assistir, roteiro leve e
ótimo elenco. Malgosia (Magdalena Poplawska) e Jacek (Wojciech Mecwaldowski) se
casaram há vinte anos, mas logo se separaram. Agora, tantos anos depois, eles
precisam anular o casamento, pois Jacek pretende se casar com Monika (Michalina
Labacz), que tem o sonho de entrar na igreja toda de branco. Eles precisam obter,
por parte da igreja polonesa, uma declaração oficial de nulidade. Só que os
padres poloneses obedecem rigorosamente aos regulamentos do Vaticano, colocando
empecilhos no objetivo do casal. Algumas cenas onde Jacek e Malgosia tentam
convencer os padres geram diálogos hilariantes. Jacek chega a afirmar que
estava bêbado no dia do casamento e que, por isso, não sabia o que estava
fazendo. Não bastasse essa situação, Malgosia também se vê às voltas com os
ensaios de uma pequena orquestra juvenil da qual é regente e que se prepara para uma importante
apresentação musical durante a inauguração de uma ferrovia do governo. Resumo da
ópera, “Tudo pelo Divórcio” é um ótimo entretenimento. Não perca!
quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
“JURADO Nº 2” (“JUROR #2”), 2024,
Estados Unidos, 1h54m, em cartaz na HBO Max, direção de Clint Eastwood,
seguindo roteiro de Jonathan A. Abrams. Quase impossível determinar se Clint
Eastwood é melhor ator do que diretor. O que é possível afirmar é que o astro –
hoje aos 94 anos - deu uma grande contribuição ao cinema, tanto na frente como
atrás das câmeras. Neste “Jurado Nº 2”, que provavelmente será o seu último
filme antes de se aposentar, Eastwood nos brinda com um ótimo suspense. O
personagem central é Justin Kemp (Nicholas Hoult), casado e prestes a ser pai.
Numa noite de chuva torrencial, ele está voltando para casa quando na estrada
seu carro sofre um impacto, causado provavelmente por um cervo que atravessava
a pista. Ele parou o carro e desceu, mas, como estava muito escuro e chovendo, não viu o
que seu carro atingiu. Até aí tudo normal. Mas daqui a pouco ele será
confrontado com uma situação que ninguém gostaria de enfrentar. Começa quando
ele recebe uma convocação judicial para participar de um júri que irá julgar um
homem acusado de ter assassinado a namorada. Quando os detalhes do crime
começam a ser detalhados no tribunal, Justin fica sabendo que a vítima foi
encontrada no mesmo local em que supostamente atropelou um cervo. A partir daí
ele começa a viver um enorme dilema ético e moral, pois, considerando os fatos
expostos e as testemunhas ouvidas, tudo leva a crer que a vítima morreu depois
de atropelada por Justin. Diante da situação, ele tentará convencer os demais jurados
a inocentar o acusado. Até o desfecho, o espectador acompanhará a crise de
consciência de Justin, pois, prestes a ser pai, evitará ao máximo contar a
verdade. Também estão no elenco Toni Collette, Kiefer Sutherland, J. K.
Simmons, Zoey Deutch, Chris Messina, Gabriel Basso, Leslie Bibb e Francesca
Eastwood, filha do diretor. Trocando em miúdos, “Jurado Nº 2” é um ótimo
suspense, conduzido com muita segurança por Eastwood. Se realmente for este seu último filme, o experiente ator e diretor sairá de cena pela porta da frente.
“AD VITAM”, 2024, coprodução França/Bélgica, 1h38m, em cartaz na Netflix, direção de Rodolphe
Lauga, que também assina o roteiro com o ator Guillaume Canet, que atua no filme.
O filme chegou com o título original em latim, que em português significa “para
a vida”, o que achei um tanto estranho, já que pouco tem a ver com a história.
Trata-se de um filme de ação centrado no personagem de Franck Lazareff (Canet),
agente de elite das Forças Especiais. Depois de uma missão mal sucedida no
Trianon Hotel, provocando a morte de algumas pessoas e culminando num incidente
político internacional, Franck é afastado de suas funções. Quando sua esposa Leo
(Stéphane Caillard), grávida prestes a parir, é sequestrada, ele descobre que os responsáveis
são alguns dos seus próprios colegas, que acreditam estar de posse de Franck
algo que os incrimine. Confesso que não entendi essa parte, como talvez
tantos outros espectadores não entenderão. Mas nada que prejudique o resultado final
desse bom filme de ação – algumas cenas são espetaculares. Achei, porém, que o
filme demora a engrenar, priorizando a convivência entre os agentes, seu
período de treinamento, questão familiares etc. Pura encheção de linguiça. Completam o elenco Alexis
Manenti, Johan Heldengergh, Nassim Lyes e Zita Nanrot. Trocando em miúdos, ”AD
VITAM” não entusiasma, mas também não decepciona. De 0 a 10, dou 6. Ou seja, dá para ver...
segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
“NÚMERO 24” (“NR.24”), 2024,
Noruega, 1h51m, em cartaz na Netflix, direção de John Andreas Andersen (“Mar do
Norte”, “Terremoto”), seguindo roteiro assinado por Vibeke Idsøe e Erlend Loe.
Trata-se da cinebiografia de Gunnar Sønsteby (1918-2012), o maior e mais
condecorado herói norueguês da 2ª Guerra Mundial. Por ocasião da invasão da
Noruega pelo exército alemão, Gunnar (Sjur Vatne Brean) foi recrutado e
treinado pela unidade militar secreta britânica Special Operations Executive
(SOE). Ao regressar a Oslo, meses depois, sob o codinome “Número 24”, Gunnar
liderou o grupo de resistência denominado “Gangue de Oslo”, responsável por
vários atentados contra os alemães, incluindo fábricas de armamentos, de
produtos químicos e de aeronaves. O
grupo também foi responsável pela perseguição e morte dos principais oficiais
nazistas e colaboracionistas noruegueses. Utilizando várias identidades falsas,
Gunnar jamais foi preso, mesmo integrando a lista dos mais procurados pela Gestapo.
Depois da guerra, Gunnar ministrou inúmeras palestras para jovens estudantes sobre
sua participação no conflito. Uma delas, com Gunnar já bastante idoso, interpretado
por Erik Hivju, serviu como condutor da narrativa, alternando a história com flashbacks
dos tempos de guerra. Enfim, posso afirmar que este é um dos melhores filmes já
feitos sobre os heróis da resistência na Europa contra os nazistas. História
pura. Imperdível!
domingo, 12 de janeiro de 2025
“ARMADILHA” (“TRAP”), 2024,
Estados Unidos, 1h47m, em cartaz na HBO Max, roteiro e direção do cineasta
indiano naturalizado norte-americano M. Night Shyamalan. A história é
mirabolante, mas convence como suspense, como tantos outros filmes dirigidos por Shyamalan,
a começar pelo estrondoso sucesso de 1999, “O Sexto Sentido”. Podemos
acrescentar ao currículo do indiano outros bons suspenses, tais como “Fragmentado”,
“Sinais” e “Corpo Fechado”. Ou seja, falou em suspense, Shyamalan está no topo
dos diretores. Em, “Armadilha”, ele conta a história de um pai de família que
leva a filha adolescente a um show da cantora teen Lady Raven (Saleka
Night, filha do diretor). Aparentemente, Cooper (Josh Hartnett) é aquele pai
amoroso que se sente feliz em levar Riley (Ariel Donoghue) ao show de sua
cantora preferida. De repente você percebe que Cooper começa a ficar incomodado
com a presença de muitos policiais na plateia. Ele fica sabendo que os policiais
estão atrás de um serial killer chamado “O Açougueiro” que estaria no meio do
público. Bingo! Cooper é o próprio assassino. Como o local está totalmente cercado
pela polícia, ele vai tentar encontrar uma saída criativa, o que só faz aumentar a
tensão. Para escrever o roteiro, Shyamalan disse numa entrevista que se baseou
na Operação Flagship, em 1985, planejada e executada pelo Serviço de Delegados
dos Estados Unidos, que convenceram mais de 3 mil fugitivos da justiça a
comparecer a uma falsa cerimônia de premiação com o pretexto de ganhar
ingressos para um importante jogo de futebol americano, no que resultou em
dezenas de prisões. “Armadilha” seguiu esse roteiro e no desfecho você fica
sabendo que tudo foi uma armação para prender “O Açougueiro”. A história
continua depois do show e termina com a certeza de que haverá uma sequência. Mesmo
que não tenha sido um sucesso de bilheteria quando foi lançado nos cinemas dos
EUA, “Armadilha” garante um bom suspense do começo até o desfecho, comprovando,
mais uma vez, que o diretor indiano é craque no gênero.