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sábado, 11 de janeiro de 2025


“ALÉM DA ESCURIDÃO” (“DE FORBANDEDE AR 2”), 2022, Dinamarca, 1h52m, em cartaz na Prime Vídeo,direção de Anders Refn, seguindo roteiro escrito por Flemming Quist Møller. Esta é a sequência de “Tempos de Escuridão”, de 2020. Em ambos, a história é centrada na família Skov, cujo patriarca, Karl Skov (Jesper Christensen), é um poderoso empresário de Copenhague, dono de uma fábrica de eletrônicos. Quando os alemães invadiram a Dinamarca, em abril de 1940, Karl foi obrigado a fornecer equipamentos para a Alemanha. O primeiro filme vai até 1943. O segundo a partir daí, quando os filhos de Karl ingressam na resistência contra os nazistas, o que complica a situação do empresário perante os invasores. Não bastasse isso, o fato de fornecer equipamentos para os nazistas tornou Karl e sua família traidores da pátria. Completam o elenco Luestøvel Baek, Sara Viktoria, Gustav Dyekjaer Giese, Mads Reuther e Bodil Jørgensen. Os dois filmes têm a produção caprichada, com uma primorosa ambientação de época, além de uma história emocionante, que não descobri se aconteceu mesmo ou foi fruto da imaginação dos roteiristas. De qualquer formar, tanto o primeiro quanto sua sequência são excelentes. Aliás, recomendo que assistam o primeiro e depois o segundo. Imperdíveis!    



sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

 

“MEU VIZINHO ADOLF” (“MY NEIGHBOR, ADOLF”), 2022, coprodução Israel/Alemanha/Polônia, 1h36m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Leonid Prudovsky, que também assina o roteiro ao lado de Dmitri Malinsky. Descobri essa pequena pérola do cinema meio escondida no catálogo da Prime Vídeo. E que descoberta! Estamos em 1960 em alguma cidade da América do Sul. O judeu polonês Marek Polski (David Hayman) mora numa casa meio isolada, com apenas uma outra ao lado. Sobrevivente do Holocausto da Segunda Guerra Mundial, quando perdeu toda a sua família, Polski é um sujeito muito mal-humorado. Vive isolado, sem vontade de fazer qualquer tipo de amizade. Até que um dia chega um novo vizinho, um senhor misterioso com uma barba branca imensa. Aos poucos Polski descobre que o sujeito é alemão – o que já é motivo de ódio -, gosta de pintar e de jogar xadrez. O homem se identifica como Herzog (Udo Kier), mas Polski começa a acreditar que ele, na verdade, é Adolf Hitler. O polonês leva sua desconfiança para a Embaixada de Israel, que simplesmente ignora sua denúncia. Afinal, segundo a história, Hitler se suicidou em 1945. Para tentar encontrar outras evidências, Polski acaba se aproximando de Herzog e cada vez mais se convence de que ele é realmente Hitler. O filme é bem leve, bem-humorado, e tem alguns momentos bastante comoventes. A dupla principal de atores é o grande destaque. O escocês David Hayman já havia feito o papel de uma vítima do Holocausto em “O Menino do Pijama Listrado”, de 2008. Por seu lado, o ator alemão Udo Kier, que já trabalhou no filme brasileiro “Bacurau”, de 2019, coincidentemente viveu o papel de Hitler na série televisiva “Hunters” (2020-2023). Trocando em miúdos, “Meu Vizinho, Adolf” é recomendado para quem curte filmes inteligentes, não comerciais. Um achado e tanto. Não perca!       

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

“NÃO FALE O MAL” (“SPEAK NO EVIL”), 2024, Estados Unidos, 1h50m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de James Watkins. Trata-se de um suspense bem movimentado, daqueles que a gente assiste apertando as mãos nos braços da poltrona. Enfim um bom suspense. Louise Dalton (Mackenzie Davis), seu marido Ben (Scot McNairy) e a filha Agnes (Alix West Lefler), uma família norte-americana, vão passar as férias na Itália. Aqui, conhecem e fazem amizade com uma família inglesa, formada por Paddy (James McAvoy), sua esposa Ciara (Aisling Franciosa) e o filho Ant (Dan Hough). Com o tempo, a amizade adquire uma certa intimidade, quando Paddy convida a família de Ben para passar um final de semana em sua casa de campo no interior da Inglaterra. Já na Itália deu para perceber que o comportamento de Paddy não inspirava confiança. Ele trata mal o filho deficiente – é mudo -, é grosso com a mulher e fala muitos palavrões. Ou seja, um sujeito bastante desagradável, que não proporciona uma convivência normal. Algo de muito errado ocorre com Paddy e sua família, como logo descobrirão os visitantes. O clima de tensão é bastante intenso, do começo ao fim, tornando “Não Fale o Mal” um excelente suspense. Não há dúvidas que o trunfo maior do filme é a atuação do ator James McAvoy, que já mostrou qualidades para atuar em papéis de psicopata, como já ocorreu no ótimo “Fragmentado”, do diretor M. Night Shyamalan. Informação adicional: o filme é um remake de umaprodução dinamarquesa de 2022 com o mesmo título.        

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

“CHARLIE EM AÇÃO” (“FAST CHARLIE”), 2024, Estados Unidos, 1h30m, em cartaz na Prime Vídeo, direção do cineasta australiano Phillip Noyce ("Salt", "O Colecionador de Ossos", "O Doador de Memórias"), seguindo roteiro assinado por Richard Wenk, sendo que a história é baseada no livro homônimo escrito por Victor Gischler e lançado em 2023. Trata-se de um filme de ação centrado no assassino profissional Charlie Swift (Pierce Brosnan), que há mais de duas décadas é o braço direito do chefão mafioso Stan Mullen (James Caan), que domina a cidade costeira de Biloxi, no Mississipi. Por causa de uma desavença causada por disputa de território, toda a gangue de Stan acaba assassinada por mafiosos de Nova Orleans. Só sobrou Charlie, que resolve partir para a vingança. O ator irlandês Pierce Brosnan, que já foi o agente James Bond em quatro filmes, continua com seu charme inalterado, mas agora, aos 71 anos, não tem a mesma mobilidade para atuar em filmes de ação. Em todo caso, não decepciona com o dedo no gatilho. Outro destaque do elenco é a atriz brasileira Morena Baccarin. Nascida no Rio, filha da também atriz Vera Setta e do jornalista Fernando Baccarin, Morena já participou de vários filmes de Hollywood, entre os quais os três da franquia "Deadpool", além de "Destruição Final: O Último Refúgio" e "Serenity: A Luta pelo Amanhã". A nota triste fica por conta da morte do veterano ator James Caan, ocorrida logo após as filmagens, sendo este o seu último filme. Também estão no elenco Toby Huss, Gbenga Akinnagbe, Sharon Glass, Susan Gallagher, Fredric Lehne e David Chattam. Trocando em miúdos, “Charlie em Ação” é apenas um bom entretenimento, com humor e algumas boas cenas de ação. Ou seja, não espere muito.   

domingo, 5 de janeiro de 2025

 

“FERRY 2”, 2024, coprodução Holanda/Bélgica, 1h34m, em cartaz na Netflix, direção do cineasta belga Wannes Destoop, seguindo roteiro assinado por Geerard Van De Walle e Tibbe Van Hoof. O primeiro “Ferry”, de 2021, fez um tremendo sucesso, um filme de ação da melhor qualidade, contando a história de um gangster violento, Ferry Bouman (Frank Lammers), que chegou a liderar um verdadeiro império das drogas. Depois de perder tudo, Ferry volta nessa segunda parte como um pacato morador de um camping de trailers longe do submundo da província de Brabant. Mas seu sossego tem um prazo de validade. Sua sobrinha Jezebel (Aiko Beemsterboer) e o namorado Jeremy (Tobias Kersloot) aparecem para pedir sua ajuda, pois estão fugindo de uma quadrilha de traficantes para a qual devem uma grande quantia de dinheiro. Resumindo, terão de fabricar uma quantidade enorme de ecstasy para pagar a dívida. Caso contrário, acabarão enterrados numa vala qualquer. Ferry, muito a contragosto, resolve ajudar o jovem casal na base de muita pancadaria e tiros. Eu gostei muito do primeiro “Ferry” – que assisti e comentei no blog - principalmente do ator Frank Lammers, que parece aquele sujeito bonachão, mas que na verdade é um cara bem violento. Também gostei do “Ferry 2”, mas sugiro que, antes de vê-lo, assista o primeiro.   

“UMA MULHER CONTRA HITLER” (“SOPHIE SCHOLL – DIE LETZTEN TAGE”), 2005, Alemanha, 1h58m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Marc Rothemund. Desde moço sempre gostei de ler livros ou ver filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, em sua grande maioria baseados em fatos reais. Não sei como deixei passar este excelente drama alemão que concorreu ao Oscar 2006 de Melhor Filme Estrangeiro e venceu o Festival de Cinema de Berlim nas categorias Melhor Atriz (Julia Jentsch) e Melhor Diretor. Ainda bem que o encontrei no catálogo da Prime Vídeo e agora pude assisti-lo. Conta a história da jovem Sophie Magdalena Scholl (Julia Jentsch), militante do Grupo Rosa Branca, que reunia universitários de Munique para protestar contra a guerra e denunciar Hitler como genocida. Em 1943, quando distribuíam panfletos na Universidade, Sophie, seu irmão Hans Scholl (Fabian Hinrichs) e Christoph Probst (Florian Stetter) foram presos pela Gestapo, interrogados e condenados à morte por guilhotina. Um dos trunfos do filme é o interrogatório ao qual Sophie foi submetida por Robert Mohr (Alexander Held). Inicialmente, a jovem dizia que era inocente, mas confirmou tudo depois que o irmão, segundo Mohr, confessou tudo. O embate de ideias entre Sophie e seu interrogador é bastante elucidativo e contêm diálogos primorosos com relação ao pensamento reinante entre a população civil da Alemanha e, por outro lado, o fanatismo radical do oficial que a interrogava. Embora firme e até agressiva, a postura do interrogador da Gestapo parece se entregar aos argumentos expostos por Sophie. Nesse contexto, é justo destacar o desempenho dos dois atores. E por falar em performance, também deve ser destacada a impressionante atuação do ator André Hennicke como o Juiz Roland Freisler, responsável por comandar o julgamento dos três jovens. Ele parece ter incorporado o espírito de Hitler quando grita enfurecido contestando as respostas dos réus. Uma atuação marcante. Resumo da ópera, “Uma Mulher Contra Hitler” é um dos melhores filmes alemães deste século, um filmaço! Não deixe de ver.