“O RETORNO DE BEN” (“BEN IS BACK”), 2018,
EUA, 1h42m, roteiro e direção de Peter Hedges. O Ben do título (Lucas Hedges,
filho do diretor) é um jovem problemático que sai da reabilitação e volta para
a casa na véspera de Natal. Detalhe importante: sem avisar a família. Holly
Burns (Júlia Roberts), a mãe, é a única que o recebe de braços abertos e cheia
de amor, ao contrário do padastro Neal Beeby (Courtney B. Vance), convencido de
que Ben certamente não está totalmente curado e que, por isso, tem grandes
chances de estragar a harmonia da família. Dito e feito. Holly tenta ser amorosa
e protetora, ao mesmo tempo em que se mostra durona a ponto de seguir o filho até
no banheiro. Quando a família retorna da missa de Natal, constata que
desconhecidos invadiram a casa, destruíram vários objetos e sequestraram o
cachorro de estimação. Desconfiam que os responsáveis têm tudo a ver com o
passado turbulento de Ben, que, além de consumir, vendia drogas para o
traficante local. Holly e o filho partem noite afora para tentar achar o cachorro.
A partir daí a tensão aumenta cada vez mais e o filme se transforma num verdadeiro
suspense. De qualquer forma, a mensagem principal é o amor incondicional de uma
mãe por seu filho, capaz de sacrificar a família e arriscar o próprio casamento
para defendê-lo e protegê-lo. Aqui, merece destaque a força dramática da
atuação de Júlia Roberts. Longe da fogosa prostituta de “Uma Linda Mulher” (1990) e da moça romântica
de “O Casamento do Meu Melhor Amigo” (1997), Júlia, aos 51 anos, prova que a maturidade
e a experiência foram capazes de torná-la uma atriz ainda melhor, como já havia
provado em dramas como “Erin Brockovich” (2000), “Álbum de Família” (2013) e “Extraordinário (2017). O jovem Lucas Hedges também prova mais uma vez
que é um ator dos mais promissores. Ele já havia se destacado em filmes como “Boy
Erased: Uma Verdade Anulada”, “Anos 90” e “Manchester à Beira-Mar”. Voltando a “O
Retorno de Ben”, o classifico como um dos melhores dramas dos últimos anos envolvendo
a questão das drogas e suas consequências para a família.
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sábado, 6 de julho de 2019
quarta-feira, 3 de julho de 2019
“BELOS SONHOS” (“FAI BEI SOGNI”), 2016,
Itália, 2h14m, direção de Marco Bellocchio, que também assina o roteiro com a
colaboração de Valia Santella e Edoardo Albinati. A história foi adaptada do
livro de memórias de Massimo Gramellini, jornalista italiano de grande destaque
como profissional do Jornal La Stampa e, atualmente, do Corriere Della Sera. Final
dos anos 60. O filme começa mostrando a relação afetuosa entre o menino Massimo
(Dario Dal Pero), de 9 anos, e sua jovem mãe (Barbara Ronchi). São
inseparáveis, vão ao cinema, passeiam juntos, dançam hits do rock da época,
assistem a filmes de terror na TV, enfim, são felizes como toda mãe e filho
deveriam ser. Essa felicidade seria abalada quando ela morre repentinamente. Massimo
não aceita o que aconteceu e a explicação do seu pai (Guido Caprino) é que ela
teve um infarto fulminante. O filme dá um corte abrupto e pula para meados da década
de 90, quando Massimo, adulto e já um consagrado jornalista, ainda carrega as
lembranças da mãe. Quando ele resolve vender a casa onde moravam, acaba
descobrindo, por intermédio de um recorte de jornal, a verdadeira causa da
morte de sua mãe. E entra em parafuso, incluindo ataques de pânico e outros
traumas. É nesse período que conhece Elisa (a atriz argentina Bérénice Bejo, de
“O Artista”), uma médica que o atende num ambulatório de Turim – a cidade onde
toda a história é ambientada. Em “Belos Sonhos”, Bellocchio, continua
explorando os temas Família, Fé e Política, como já havia feito na maioria dos seus
filmes, como “Bom Dia, Noite” e “Vinceri”, só para citar dois. Seu mais recente
trabalho deve chegar logo aos cinemas. Trata-se de “Il Traditore” (“O Traidor”),
sobre o mafioso Tommaso Buscetta. No elenco, com atuação bastante elogiada, a
atriz brasileira Maria Fernanda Cândido. “Belos Sonhos” foi escolhido como
filme de abertura da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, depois de
ser exibido no Festival de Cannes, onde saiu cheio de elogios. Realmente, o
filme é excelente, sensível, comovente e bem-humorado. Imperdível!
terça-feira, 2 de julho de 2019

domingo, 30 de junho de 2019
