Representante de Israel na
disputa do Oscar 2018 de Melhor Filme Estrangeiro e premiado em vários
festivais de cinema pelo mundo afora, o drama “FOXTROT” surpreende positivamente pelo modo de filmar criativo, um
roteiro inteligente e bem elaborado, um humor sutil e um desfecho dos mais inesperados.
Ah, e tem dois atores israelenses maravilhosos, Sarah Adler e Lior Ashkenazi,
que formam o casal de pais que vive em Tel Aviv e que um dia recebem a notícia
de que seu filho Jonathan, soldado do exército, foi morto num atentado. Arrasados,
Michael e Daphna Feldmann entram numa espiral de tristeza, desilusão e histerismo,
comprometendo até o casamento. Um corte abrupto e a história muda radicalmente
de cenário, passando a enfocar quatro jovens soldados num posto de fronteira,
entre eles Jonathan. Numa vistoria de rotina a um veículo com quatro jovens
árabes, os soldados israelenses cometem um equívoco que acaba numa tragédia. As
autoridades israelenses, porém, resolvem esconder o ocorrido da maneira mais
sórdida. Prefiro não comentar o restante do filme, já que está reservada uma
grande surpresa no desfecho. Só posso adiantar a principal mensagem do filme: ninguém
pode com a força do destino. O filme causou grande polêmica em Israel, já que
mexeu com os brios do seu exército, uma instituição sagrada para os
israelenses. A ministra da Cultura Miri Regev fez duras críticas ao filme,
considerando-o uma espécia de traidor da pátrica. O filme foi escrito e
dirigido por Samuel Maoz, consagrado diretor israelense que venceu o “Leão de
Ouro” no Festival de Veneza de 2009 com “Lebanon”. “FOXTROT” foi premiado em festivais como o de Toronto, Zagreb e Londres,
além de conquistar o “Leão de Prata” (2º lugar) no Festival de Cinema de Veneza
em 2017. Um filme muito interessante que merece ser visto por quem aprecia
cinema de qualidade.
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sábado, 18 de agosto de 2018
sexta-feira, 17 de agosto de 2018

segunda-feira, 13 de agosto de 2018
“HONRA AO MÉRITO” (“THANK YOU FOR YOUR SERVICE”) – já vi capinha de DVD do mesmo filme com o título “Marcas
da Guerra” – 2017, EUA, estreia na direção de Jason Dean Hall. Um dos melhores
filmes que já vi sobre o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), distúrbio
ou perturbação mental que
atinge,
principalmente, os soldados que retornam de uma frente de guerra. Um aspecto
que valoriza ainda mais esse filme é o fato de ter sido baseado em fatos reais
narrados no livro escrito pelo jornalista David Finkel, do Jornal Washington
Post. A história é centrada em três soldados que voltaram do Iraque após um
período de um ano e três meses. Traumatizados com o que viram e com o que
vivenciaram, eles têm pesadelos diários, dificuldade de se socializar, inclusive
com a própria família, e muitos deles com tendências suicidas. O personagem
principal é o sargento Adam Schumann (Miles Teller), que se sente responsável
por alguns fatos trágicos ocorridos com seu pelotão. O filme revela, de uma
forma contundente, um fato um tanto desconhecido para nós: o governo
norte-americano não valoriza muito os seus veteranos de guerra – sinta a ironia
do título original. São milhares de soldados que precisam de ajuda psicológica
e que entram numa fila pior que o nosso SUS para comprovar que realmente
estiveram numa zona de guerra e precisam de ajuda. O ator Miles Teller, do espetacular “Whiplash:
Em Busca da Perfeição, de 2014, comprova mais uma vez sua competência, num
papel que exige um forte tom dramático. O filme é muito bom, sério,
esclarecedor, um gol de placa do estreante diretor Jason Dean Hall, mais
conhecido como excelente roteirista. É dele, por exemplo, o roteiro do ótimo “Sniper Americano”, de
2014.
domingo, 12 de agosto de 2018
O drama alemão “EM
PEDAÇOS” (“AUS DEM NICHTS”), 2017, roteiro e direção do turco radicado na
Alemanha Fatih Akin, conta a história de Katja Sekerci (Diane Kruger), uma
mulher atingida por uma terrível tragédia: a morte de seu marido Nuri Sekerci
(Numan Acar) e do filho Rocco num atentado terrorista. No início das
investigações, a polícia descobre que o marido de Katja,
um imigrante turco, havia cumprido pena por tráfico de drogas e, a partir daí,
passa a desconfiar que o assassinato tem a ver com alguma vingança de
traficantes. Enquanto a polícia investiga, Katja entra em depressão, passa a
beber e a usar drogas, contando apenas com o apoio de sua amiga Birgit (Samia
Chancrin) e do advogado amigo da família Danilo Fava (Denis Moschitto). Depois
de algum tempo, a polícia alemã consegue prender os terroristas, um jovem casal
ligado ao movimento neonazista. Eles vão a julgamento e são defendidos pelo
advogado Vertidiger Haberbeck (o ótimo Johannes Krisch), enquanto a acusação fica
a cargo do advogado Danilo. O resultado do julgamento é anunciado e Katja não
se conforma, o que a leva a planejar uma vingança com as próprias mãos. A parte
final do filme é repleta de suspense, culminando com um desfecho dos mais surpreendentes
e chocantes. A atuação da atriz alemã Diane Kruger como a viúva arrasada é
sensacional, tanto que conquistou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de
Cannes. O filme é ótimo, como comprovam a conquista do Globo de Ouro como
Melhor Filme Estrangeiro e a indicação como representante da Alemanha ao Oscar
2018. Como ganhou o Globo de Ouro, esperava-se que ficasse entre os cinco
finalistas de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar, o que, surpreendentemente, não
aconteceu. Resumo da ópera: um filmaço!