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sábado, 12 de abril de 2014


quinta-feira, 10 de abril de 2014

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Convém tomar um Dramin antes de começar a assistir “Até o Fim” (“All is Lost”). Afinal, serão
106 minutos no mar ao lado de Robert Redford, cujo personagem, um experiente
navegador, não tem nome, profissão ou outra qualquer indicação de sua vida
civil. Ele está navegando em seu belo veleiro de 12 metros pelo Oceano Pacífico
(não há também explicação sobre o motivo da viagem). A embarcação tem o nome de
“Virginia Jean” (quem será essa mulher?). Um dia, ele acorda com um estrondo:
um contêiner à deriva bate no barco e provoca um rombo no casco. A água que
entra danifica o rádio e os instrumentos de navegação. Mas isso não é o
pior. Uns dias depois, vem uma violenta tempestade que acaba por afundar o
veleiro. O jeito é se virar com o bote salva-vidas inflável. Impossível não
associar a situação do navegador com a da astronauta vivida por Sandra Bullock
em “Gravidade”. Ambos buscam sobreviver, sozinhos e abandonados à própria sorte:
Bullock perdida no espaço e Redford no vasto oceano. Assim como em “Gravidade”,
o suspense e a tensão predominam desde o começo até o final do filme. E mesmo com
apenas um personagem, sem qualquer diálogo ou monólogo, “Até o Fim” não fica monótono em nenhum
momento. O filme recebeu apenas uma indicação para o Oscar 2014 (Melhor Edição
de Som), uma grande injustiça com Redford, que merecia concorrer a Melhor Ator.
terça-feira, 8 de abril de 2014
“Metro Manila” (co-produção
Reino Unido/Filipinas de 2012), dirigido pelo inglês Sean Ellis, justifica plenamente
toda a fama que o precede. Foi aclamado
em vários festivais pelo mundo afora, inclusive no Sundance Film Festival 2013,
no qual fez sua estreia, além de ter
sido indicado para concorrer ao Oscar 2014 de Melhor Filme Estrangeiro pelo
Reino Unido, embora seja falado em filipino. Não é para menos. Este ótimo drama social, que a partir da sua
metade ganha ação e suspense e se transforma num vigoroso thriller policial, conta
a história de Oscar Ramirez (Jake Macapagal), um pequeno e pobre agricultor que
abandona os campos de arroz no norte das Filipinas para tentar uma vida melhor na
capital Manila (Metro Manila é o nome dado à região metropolitana da cidade). Ele leva a esposa Mai (Althea Vega) e as duas
filhas pequenas. O casal vai encarar a dura realidade de uma cidade grande e se
deparar com gente da pior espécie. Oscar consegue o emprego de motorista numa empresa
de segurança transportadora de valores e Mai vai trabalhar como dançarina numa
casa noturna. Ao ser bajulado pelo seu chefe Ong (John Arcilla) na firma de
segurança, Oscar não percebe que está sendo manipulado para participar de um
golpe. Quando finalmente percebe, é tarde demais, pois ele já está envolvido até
o pescoço na tramoia. Um incidente fatal, porém, vai fazer o plano ir por água
abaixo. É aí então que Oscar deixa a ingenuidade de lado e parte para a ação, o
que vai levar a um desfecho surpreendente e, ao mesmo tempo, tocante. Um
filmaço simplesmente imperdível!
domingo, 6 de abril de 2014
Os irmaõs Joel e Ethan Coen escreveram e dirigiram “Balada de um Homem Comum” (“Inside
Llewyn Davis”), produção de 2013. Conta a história de Llewyn Davis (Oscar
Isaac), que na Nova Iorque do início da década de 60 abandona um emprego na
marinha mercante para tentar o sucesso como cantor e compositor de música folk,
gênero que consagrou Bob Dylan e Joan Baez. O personagem Llewyn Davis foi
inspirado num cantor que realmente existiu, um tal de Dave von Ronk. Um achado
dos irmãos Coen. Fracassado, sem dinheiro, ele não tem nem onde dormir, nem
casaco para vestir no inverno rigoroso de Nova Iorque. Passa as noites de favor
na casa de um ou outro amigo. Apesar disso, é arrogante e se acha o máximo. Até que ele agrada a plateia quando canta num barzinho especializado em apresentações ao vivo de músicos de folk. Quando
finalmente consegue um teste com um empresário importante que pode alavancar
sua carreira, estraga tudo ao cantar a canção “The Death of Queen Jane”, cuja
letra fala da morte de uma mulher durante o parto. Ou seja, sem nenhuma chance
de conseguir sucesso junto ao público e nem de vendagem. Apesar do tom
melancólico da história e do seu personagem principal, há ótimos e divertidos diálogos.
O filme teve duas indicações para o Oscar 2014: de melhor fotografia e mixagem
de som. Não ganhou nem um nem outro. Talvez tenha sido injusta a não indicação
do ator guatemalteco Oscar Isaac, ótimo no papel de Davis.
