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sábado, 8 de fevereiro de 2014

“Não se pode viver sem
amor” é um drama nacional de 2010 dirigido por Jorge Durán. Foi lançado no
Festival de Gramado, onde recebeu os prêmios de Melhor Atriz (Simone
Spoladore), Melhor Roteiro e Melhor Fotografia. De tanto seu filho Gabriel (Victor
Navega Motta) insistir em conhecer o pai, que os abandonou uns anos antes, Roseli
(Spoladore) o leva para o Rio de Janeiro a fim de ambos tentar encontrá-lo. Enquanto isso, João
(Cauã Raymond), um advogado fracassado e falido, tenta reconquistar Gilda
(Fabíula Nascimento), uma prostituta, e parte para o crime. Em paralelo, corre
a história do professor Pedro (Ângelo Antonio), cujo pai sofre um infarto e
morre. Num determinado momento, esses personagens vão se cruzar, o que vai provocar uma mudança radical em suas vidas. Mesmo
com um elenco de bons atores, incluindo ainda Maria Ribeiro e Rogério Fróes, o
filme não consegue engrenar e é prejudicado ainda mais pelas demonstrações meio
forçadas de paranormalidade do menino Gabriel. O happy end é constrangedor.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

“As Vidas de
Arthur” (“Arthur
Newman”), EUA, 2012, é uma comédia dramática dirigida por Dante Ariola em seu primeiro longa. Divorciado,
rejeitado pelo filho adolescente, sem amigos e entediado com o trabalho e com a
própria vida, Avery Wallace (Colin Firth) simula a própria morte e sai por aí
com outra identidade, a de Arthur Newman. Numa das suas andanças, acaba
conhecendo a maluquete Michaela “Mike” Fitzgerald (Emily Blunt). Os dois fazem
amizade e saem pelo interior dos EUA de cidade em cidade, invadindo casas para
transar, comer e tomar banho. É claro que, no meio do caminho, acabam se
apaixonando. De conversa em conversa, acabam se revelando e chegando à
conclusão que deveriam voltar à vida que levavam. O filme é conduzido em 1ª
marcha e termina como começou: sem qualquer emoção. Não sei por quê rotularam o
filme de “comédia dramática”, pois nem um leve sorriso é capaz de arrancar. E o
drama quem sofre é o espectador. Dois ótimos e consagrados atores como os
ingleses Firth e Blunt poderiam ter escolhido melhor.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
“A Grande Beleza” (“La Grande Bellezza”),
2013, dirigido por Paolo Sorrentino, é um verdadeiro exemplo do que se
convencionou chamar “Cinema de Arte”. Como tal, desperta reações e sentimentos
variados. Uns gostam, outros detestam. Sorrentino fez uma crônica da Roma
atual, revelando a face mundana da alta sociedade romana e sua decadência moral
e intelectual. O cronista que nos levará a esta viagem é o personagem Gep
Gambardelli (Toni Servillo, sensacional), um escritor de 65 anos que escreveu apenas um
livro e que agora vive a maior parte do seu tempo frequentando as mais badaladas
festas da capital italiana. Tal como Fellini fez em “A Doce Vida” e em “Roma”,
a arquitetura da capital italiana, com seus mais representativos monumentos e
locais turísticos, aparece como cenário de quase todas as cenas. O contraste
com a modernidade é mostrado em várias situações, como na festa de aniversário
de Gep, no início do filme. Enquanto os convidados dançam ao som de música techno,
aparece ao fundo o Coliseu. “A Grande Beleza” é um filme, sem dúvida, instigante, e, por isso mesmo, merece ser visto. Grande parte da crítica especializada o colocou
no pedestal das grandes obras-primas do cinema. Eu gostei, mas não chegaria a tanto.
Assista e tire suas próprias conclusões.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Europa Report”,
suspense
de ficção científica de 2013, tem em sua produção uma salada de nacionalidades.
O filme é norte-americano, o diretor (Sebastián Cordero) é equatoriano e o
elenco tem uma polonesa (Karolina Widra), uma romena (Ana Maria Marinca), um
sueco (Michael Niqvist), um norte-americano (Christian Camargo), os
sul-africanos Embeth Davidtz e Sharlto Copley, além do chinês Daniel Wu. A
história: alguns estudos científicos realizados pela Europa Ventures, uma
empresa privada de exploração espacial, aventaram a possibilidade de haver vida
na Europa, uma das luas de Júpiter. Para confirmar essa teoria, um grupo dos
melhores astronautas do mundo é treinado e enviado para a tal lua, numa viagem
cuja distância será a maior percorrida no espaço pelo ser humano até aquele
momento. Quando chegam lá, porém, as coisas não saem como o esperado e o
resultado... Bom, você vai ver. O filme até que consegue manter um certo clima
de tensão e suspense até o final, mas a sensação claustrofóbica pode incomodar.
domingo, 2 de fevereiro de 2014


A comédia dramática chilena “Gloria”, de 2013, dirigida por
Sebastián Lelo, conta a história de uma mulher (a ótima
atriz Paulina Garcia) com 58 anos, separada há 12 e dois filhos adultos que não
moram mais com ela há tempos. Ela trabalha, mas fora do escritório é uma mulher
solitária. Para afugentar a solidão, ela frequenta bailes destinados ao pessoal
da terceira idade. Adora dançar. Não tem um parceiro fixo: dança com vários.
Até que conhece Rodolfo (Sérgio Hernández), um setentão também separado. Os
dois começam a namorar, passeiam, jantam juntos e, claro, acabam indo para a
cama. As cenas de sexo, várias, são bastante fortes em se tratando de pessoas
mais velhas, o que poucos filmes têm a coragem de mostrar. O relacionamento vai
se desgastar por culpa de Rodolfo, que não desgruda das duas filhas e da
ex-mulher. O filme é muito bom e tem momentos deliciosos, como a turma que, num
aniversário, canta “Águas de Março”. A cena em que Gloria se vinga de Rodolfo é
hilariante. Pelo papel de Gloria, Paulina Garcia conquistou o prêmio "Urso de Prata" de melhor
atriz no Festival de Berlim 2013.